A apresentadora Xuxa Meneghel se posicionou em suas redes sociais e fez críticas à cantora gospel Ana Paula Valadão, líder do ministério Diante do Trono, por conta das falas da evangélica que viralizaram nesse fim de semana em todo o Brasil.
Durante o Congresso Diante do Trono de 2016, cujo tema foi “Assim na Terra como no Céu”, Ana Paula Valadão estava em um bate-papo com o cantor gospel Asaph Borba, que contava uma história dele com um amigo, a quem chamou de “companheiro”. Ao ouvir essa descrição, Ana Paula chamou a atenção de Asaph e disse que precisava esclarecer para o público o termo “companheiro”, para não dar a impressão que ele estava se referindo a um namorado, já que o termo “companheiro” é bastante utilizado para designar pessoas LGBT que se relacionam.
“Muita gente acha que isso [ser gay] é normal. Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. Qualquer outra opção sexual (sic) é uma escolha do livre arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências”, opinou.
Dentre essas consequências, segundo Ana Paula Valadão, estaria a AIDS, causada pelo HIV. Para ela, Deus castiga pessoas LGBT com a doença pelo fato delas não serem héteros, como Ana Paula crê que é o “normal”.
Xuxa afirmou por meio de seus perfis que a atitude de Ana Paula Valadão configurou crime, e disse que a sociedade não pode mais tolerar esse tipo de preconceito.
“Isso não pode ser uma briga ou uma decepção só pra quem é LGBT, não podemos e não devemos tolerar mais preconceito, discriminação e desamor em nome de Deus, quem concorda com essa senhora saiba que é CRIME, e guarde sua falta de amor ao próximo pra vc”, disse Xuxa.
No post, Xuxa publicou a imagem de uma notícia que diz que grupos LGBT, como a Aliança Nacional LGBTI+, estão protocolando representações contra Ana Paula Valadão no Ministério Público Federal, para que ela responda pelo crime de homofobia, que foi equiparado ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“A pastora ao associar o HIV a comunidade LGBTI, comete o mesmo equivoca daqueles que quiseram ligar a pandemia do coronavirus a China. É crime, vamos representá-la por LGBTFOBIA, nos termos da decisão do STF”, disse o advogado e coordenador da Aliança Nacional LGBTI+, Marcel Jeronymo.