O guarda da Catedral de São Marcos no Egito, Naseem Faheem, foi um dos mortos nos ataques terroristas contra duas igrejas que deixaram pelo menos 44 mortos e mais de 120 feridos.
Embora esteja lidando com a dor da perda, sua esposa disse à imprensa egípcia que perdoa o responsável por sua morte. “Eu não estou brava com a pessoa que fez isso”, disse a viúva em entrevista à rede ONTV.
“Estou dizendo: ‘Que Deus te perdoe, e nós também te perdoamos. Acredite, nós te perdoamos. Você colocou meu marido no lugar onde sempre sonhamos. Acredite em mim, estou orgulhosa dele. E eu desejo um dia estar ao lado dele’”, ela acrescentou.
Depois de ouvir o relato da viúva, o apresentador Amr Adeeb ficou sem palavras por alguns instantes. “Os coptas do Egito são feitos de aço. Se fosse meu pai, eu nunca diria isso. Essas pessoas têm muito perdão. Isso vem de sua fé e convicção religiosa. Essas pessoas são feitas de uma substância diferente”.
O primeiro ataque no dia 9 de abril foi contra um templo localizado em Tanta, a quinta maior cidade do Egito. O atentado foi seguido de um outro ataque na igreja de Alexandria, a segunda mais populosa cidade egípcia.
Semelhantemente, Malak Ibrahim, de 23 anos, viúva de um dos 21 cristãos egípcios que foram degolados por terroristas do Estado Islâmico na Líbia em 2015, também disse que estava orgulhosa e se sentia confortada por seu marido ter se recusado a negar Jesus.
Bebawy Al Ham, irmão de Samuel, outro egípcio que foi morto no mesmo ataque, teve uma reação similar. “Ficamos muito felizes com o que ele disse no vídeo: ‘Jesus Cristo, tem misericórdia de nós’. Quando descobrimos que eles tinham sido mortos por serem cristãos, fomos muito consolados, porque eles eram filhos de Deus e Ele os levou. Eu rogo pelos assassinos, para que Deus possa abrir seus corações, que eles possam conhecer a verdade e saber que o que fazem é errado”, disse ele.
“Jesus nos disse para perdoar todos os pecados. Nós perdoamos e esperamos que eles possam conhecer Jesus”, acrescentou Bebawy.
Considerada a igreja cristã nacional do Egito, é uma das igrejas da Ortodoxia Oriental mais antigas do mundo. Os coptas egípcios compõem cerca de 10% da população de 92 milhões de habitantes do país, que é composto por maioria muçulmana.