Vereadora Marielle Franco, conhecida por lutar contra a violência e pelos direitos das mulheres, é morta no Rio de Janeiro

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Foto: internet

Vereadora pelo Rio de Janeiro do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Marielle Franco (38), foi assassinada com quatro tiros na última quarta-feira (14), na Rua Joaquim Palhares, bairro Estácio, região central do Rio de Janeiro.

De acordo com testemunhas, o carro foi atingido por, pelo menos, 9 tiros. O motorista, Anderson Pedro Gomes, também foi atingido e veio à óbito. A assessora sobreviveu com ferimentos leves.

Formada em sociologia pela PUC-Rio, Marielle tinha mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde apresentou o trabalho de conclusão de curso com o tema: “UPP: a redução da favela a três letras”. Apresentou 16 projetos de lei em 15 meses na Câmara Municipal, onde dois deles foram aprovados. O primeiro sobre a regulamentação de mototáxistas e o segundo sobre contratos da prefeitura com organizações sociais de saúde.

Conhecida pela luta pelos direitos das mulheres e de jovens negros de periferia, foi eleita em 2016 com 46,5 mil votos, se tornando a quinta candidata mais votada nas eleições do mesmo ano. Marielle era famosa por compartilhar nas redes sociais seu apoio ao movimento negro por criticar o presidente Michel Temer e a Polícia Militar do Rio. “Chega de matarem nossos jovens! Chega de esculacharem a população! #VidaNasFavelasImportam “, escreveu domingo em uma rede social. O deputado federal Chico Alencar contou à BBC que a mãe da vereadora disse para ele que tinha medo do que poderia acontecer com a filha, por ela ser muito questionadora. “Ela incomodava as pequenas e grandes máfias”, disse Alencar, colega de partido que, ainda em entrevista à BBC, contou que a vereadora não estava sob ameaça.

O presidente Michel Temer lamentou a morte da vereadora e do motorista. “O assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, é inaicetável, inadmissível, como todos os demais assassinatos que ocorreram no Rio de Janeiro. É um verdadeiro atentado ao Estado de Direito e um atentado à democracia. No particular, no caso especial, que estamos aqui discutindo, trata-se de um assassinato de uma representante popular, que ao que eu sei, fazia manifestações, trabalhos, com vistas a preservar a paz e a tranquilidade na cidade do Rio de Janeiro”, declarou.

O corpo de Marielle está sendo velado na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro nesta quinta-feira.

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