“Não quero ir embora. Aqui estou muito bem. Lá na Venezuela não tinha comida. As crianças viviam chorando pedindo para comer e nós andávamos caindo de fome. Agora estou até mais gordinho. Tenho dormido muito bem”, disse Renault Ladia, 48 que chegou à Manaus no mês de Março.
Segundo o indígena, primeiro ele veio com a mulher para cidade e como percebeu que oferecia um conforto maior decidiu chamar os filhos. “Trabalho aqui vendendo chapéus. Quando os materiais acabam, volto para a Venezuela para comprar mais. Compramos nossos alimentos e mesmo fazemos. Gostamos muito de Manaus”, comentou.
“Os indígenas venezuelanos se concentram nessas áreas, mas vão para o Centro de Manaus para pedir dinheiro ou trabalhar. Eles se movimentam em toda a cidade. A Sejusc tinha planejado uma viagem para 88 deles, mas os ônibus que alugamos não realizavam tráfegos internacionais. O MPF verificou que poderia ter um problema em relação à segurança e seguimos as suas recomendações”, disse a secretária de Justiça de Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Graça Prola.
A jornalista Mônica Figueiredo, 28, desistiu da festa de aniversário que ia realizar para doar diferentes tipos de materiais para o grupo. “Eu estava planejando em fazer uma festa de aniversário e convidar os amigos. Mas estava passando pela Cachoeirinha semana passada e vi umas mulheres que não eram daqui, além de uma criança. Depois abri o Facebook e percebi que elas eram Venezuela, que estavam fugindo da miséria do seu país. Então, decidi que invés de gastar dinheiro com aniversário, iria ajudar essas pessoas”, comentou.
“Cancelei a minha festa e comentei com os meus amigos. Todo mundo topou em ajudar. Hoje já estamos com quinze pessoas envolvidas”, disse Mônica. O grupo está arrecadando doações de alimentos, como massa para mingau, leite, fermento e açúcar, além de sandálias com os números de 35, 36 e 37, remédios e material de higiene pessoal, como fraldas.
Interessados a fazer doações deve entrar em contato pelo número 98100-8787