As vendas do comércio varejista cresceram 1,8% em abril, na comparação com março, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta para o mês em 21 anos.
Com o resultado, o setor eliminou a queda de 1,1% em março e voltou a ficar acima do patamar pré-pandemia. Na comparação com abril do ano passado, a alta foi de 23,8% – a segunda taxa positiva consecutiva.
Das 8 atividades pesquisadas, 7 tiveram aumento nas vendas na passagem de março para abril. A maior alta foi a de Móveis e eletrodomésticos (24,8%).
A única queda foi observada em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%) – setor representa quase metade do volume de vendas pesquisado.
Veja o desempenho de cada um dos segmentos em abril:
- Combustíveis e lubrificantes: 3,4%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -1,7%
- Tecidos, vestuário e calçados: 13,8%
- Móveis e eletrodomésticos: 24,8%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,9%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: 3,8%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 10,2%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 6,7%
- Veículos, motos, partes e peças: 20,3% (varejo ampliado)
- Material de construção: 10,4% (varejo ampliado)
Pelo conceito varejo ampliado, que inclui “Veículos, motos, partes e peças” (20,3%) e de “Material de construção” (10,4%), o aumento no volume de vendas foi de 3,8%. Ambas as atividades haviam recuado no mês anterior. Frente a abril de 2020, o avanço foi de 41%. No acumulado no ano, a alta chegou a 9,2% e no acumulado em 12 meses, 3,5%.
De março para abril, na série com ajuste sazonal, as vendas do comércio tiveram alta em 21 das 27 unidades da federação, com destaque para Distrito Federal (19,6%), Rio Grande do Sul (14,9%) e Amapá (10,8%). Já as maiores quedas foram em Mato Grosso (-1,4%) , Alagoas (-1,1%) e Sergipe (-0,8%).
No comércio varejista ampliado, houve alta em 25 unidades da federação, com destaque para Ceará (18,7%), Bahia (17,7%) e Tocantins (17,2%).
Os analistas do mercado financeiro elevaram a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021 para 4,36%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Apesar das incertezas ainda elevadas, os indicadores econômicos dos primeiros meses do ano têm surpreendido positivamente e a perspectiva é de melhora nos próximos meses.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE), por exemplo, subiu 7,9 pontos em maio e atingiu o maior nível desde março de 2014, último mês antes da recessão de 2014-2016.
Apesar da melhora nas projeções para 2021, a recuperação ainda enfrenta riscos. Economistas destacam que o avanço da vacinação conta a Covid-19 e a dinâmica da pandemia no país seguem como a principal incerteza, mas que também são fatores de preocupação a delicada situação das contas públicas, a inflação elevada, o desemprego em patamar recorde e o risco de racionamento de energia.
Fonte: G1