Passados os meses de enchente, o rio Madeira segue baixando em um ritmo normal, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Para o setor primário a vazante ajuda na retomada da produção, com a fertilização dos locais que estavam alagados. Mas, por outro lado, a descida do rio prejudica a navegação, pois surgem bancos de areias, o que aumenta o risco de que embarcações fiquem encalhadas ao navegar pelo rio.
Durante a última semana, A CRÍTICA flagrou trechos do rio Madeira entre Manicoré e Humaitá, onde é possível ver os sinais da vazante deste ano. São grandes bancos de areia atravessando quase 50% de um dos “braços” do curso de água. Entre os bancos de areia foi até possível avistar balsas encalhadas, como também outros tipos de embarcações.
Escoamento
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, disse que produtores da região relataram que a descida do rio está sendo rápida. “Tenho recebido informações de agricultores que o rio Madeira tem passado por uma vazante bem rápida. Por enquanto isso é muito bom para nosso setor, pois é possível retornar mais rápido ao plantio e dar continuidade a nossas atividades”, completou Muni Lourenço.
Ele ressaltou, no entanto, que a vazante quando passa da normalidade pode prejudicar o processo de transportação de toda produção do setor primário. Os agricultores dependem das embarcações para realizar o translado de todo o produto plantado e colhido, o que poderá acarretar em aumento dos custos, no caso de seca rápida e prolongada, e consequentemente dos preços ao consumidor final.
“Por enquanto não podemos afirmar se essa vazante irá nos prejudicar. O que sabemos até agora é que no caso do Madeira a vazante está acelerada, mas ainda não nos prejudica. Isso só poderemos informar mais pra frente, porém esperamos que tudo ocorra na normalidade e não tenhamos nenhum problema para conseguir transportar nossa produção, pois nosso único problema com a vazante é a dificuldade com o transporte, mas por enquanto não precisamos nos preocupar com isso”, disse Muni Lourenço.
Outros trechos do rio
A CRÍTICA tentou contato com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em Porto Velho para saber como anda a decida do rio Madeira nos demais trechos, mas, até o fechamento desta edição, não havia recebido nenhum retorno. O Comando do 9º Distrito Naval da Marinha do Brasil também foi procurado para informar o número embarcações que já encalharam no rio, mas também não tivemos resposta.
Informações: Portal Acritica