O cego Bartimeu, ao ouvir dizer que era Jesus quem passava próximo a ele, na cidade de Jericó, começou a clamar (clamar é diferente de gritar, tão somente) dizendo: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”. As pessoas o tentaram dissuadir de seu clamor, mas ele, cada vez mais, clama. Duas coisas chamam a atenção no clamor de Bartimeu: 1. Ele clamou de maneira diferente; 2. Ele clamou com convicção.
Seu clamor foi diferente porque não era de costume ver as pessoas designarem Jesus como sendo “filho de Davi”. Esse termo expressava não só a linhagem real de mestre, que era descendente do rei Davi, mas expressava, sobretudo, sua missão redentora, como o Messias ungido de Deus (conforme o profeta Isaias – cap. 53) para trazer salvação e curas às pessoas.
Para Bartimeu era mais importante continuar clamando para que pudesse enxergar do que se calar preocupado com a possibilidade de os soldados romanos, que naquela época estavam por toda parte, pensar que os gritos poderiam significar um inicio de rebelião contra o império, pois Jesus estava sendo seguido por uma numerosa multidão (Mc 10.46 – 52).
O fato de Bartimeu ter clamado por Jesus dessa maneira, indica que ele sabia um pouco mais do que a maioria dos seus contemporâneos. O fato de Bartimeu saber que Jesus era o “filho de Davi”, ou seja, um descendente real e o Messias enviado, foi o fator causador de sua convicção, o tornando um imponente “guerreiro” em busca de uma progressão em seu modo de perceber o mundo, que, até então, só era possível através do tato, olfato e audição.