A China anunciou através de sua mídia estatal que seu primeiro robô pousou nesta sexta-feira (14) na superfície de Marte, às 20 horas no horário de Brasília. O Zhurong — deus do fogo, na mitologia chinesa — será controlado remotamente.
- Sonda Tianwen 1: alcançou a órbita de Marte em fevereiro deste ano e consiste em três elementos. Um deles é o módulo do robô que pousou nesta sexta.
- Zhurong: o dispositivo está acoplado à sonda e tem 240 kg. O principal objetivo será observar a superfície de Marte.
- Pouso ousado: os cientistas reduziram a velocidade de entrada, que é de 20 mil km/h, para praticamente a velocidade com que um ser humano caminha na hora de “baixar as rodas”.
O pouso durou sete minutos e transformou a China no segundo país a tocar o solo marciano com sucesso, após os EUA, em 1976. A então União Soviética chegou a ter um equipamento que pousou em Marte antes, a Mars 3, em 1971, mas a comunicação foi perdida definitivamente apenas após alguns segundos.
Desde 1960, mais de 40 missões espaciais foram até Marte. Até agora, no entanto, menos da metade delas teve sucesso, e apenas os Estados Unidos conseguiram operar os dispositivos. Ou seja: a China se torna o segundo país a operar um robô no planeta vermelho.
Em fevereiro deste ano, a agência espacial americana (Nasa) conseguiu pousar em Marte com o robô Perseverance. Ele é o quinto veículo a ter sucesso na chegada até o planeta.
Perseverance é o maior e mais complexo veículo já enviado a Marte. Pesa uma tonelada e está equipado com um braço que mede mais de dois metros.
No mês passado, durante esta missão, a Nasa voou brevemente um pequeno helicóptero, o Ingenuity, em Marte. Tornou-se o primeiro veículo motorizado a sobrevoar outro planeta.
A sonda Amal (“Esperança” em português, também conhecida como “Hope”) foi a primeira enviada a Marte pelos Emirados Árabes Unidos. O lançamento ocorreu em julho de 2020, dias antes do envio da sonda chinesa Tianwen-1 e da americana Perseverance.
Amal, que está na órbita marciana desde fevereiro, foi projetada para descobrir os segredos do clima do planeta vermelho.
Em 2016, a sonda europeia Schiaparelli foi batizada em homenagem a um astrônomo italiano do século XXI, e caiu abruptamente em Marte. No entanto, a Europa conseguiu colocar sua sonda de exploração TGO em órbita.
A missão ExoMars russo-europeia, que estava programada para enviar um robô para perfurar o solo marciano no verão de 2020, foi adiada até 2022 por dificuldades técnicas exacerbadas pela atual pandemia de coronavírus.
O robô americano Curiosity pousou em Marte em agosto de 2012. Ele é o único ainda ativo no planeta e demonstrou que Marte foi propício à vida microbiana em um passado distante e potencialmente habitável.
Na época, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a missão foi um “feito histórico” com a chegada à Marte. “Esse é um triunfo da tecnologia sem precedentes”, disse em comunicado presidencial.
Em maio de 2008, Phoenix, outro aparelho americano, foi capaz de sondar o permafrost e confirmar a presença de água congelada.
Dois robôs geológicos americanos pousaram em janeiro de 2004 para uma missão que continuou em 2010 com Spirit e, em 2018, com Opportunity.
Este último, campeão da distância extraterrestre percorrida (45 km), enviou mais de 200 mil imagens à Terra e descobriu vestígios de ambientes úmidos.
Fonte: G1