Renomado pesquisador publica livro apontando indícios de que a Bíblia está correta sobre o Êxodo

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Um novo livro de um renomado arqueólogo e pesquisador dedicado ao estudo do Antigo Testamento, em especial o pentateuco, traz elementos e análises que reiteram a narrativa bíblica do êxodo hebreu do Egito rumo à Terra Prometida, sob liderança de Moisés.

O professor Richard Elliott Friedman, 71 anos, docente da Universidade da Geórgia, acaba de publicar o livro The Exodus (“O Êxodo”, em tradução do inglês), em que defende a veracidade da narrativa do livro bíblico milenar homônimo ao seu.

O lançamento do livro movimentou veículos de peso da grande mídia, como os jornais The New York Times e Folha de S. Paulo. Este último relata que não são muitos os arqueólogos e historiadores que consideram confiável o relato bíblico, mas ressalta que essa narrativa “acaba de ganhar um defensor de peso”, referindo-se a Friedman.

O veterano e experiente pesquisador defende que há indícios históricos de que o êxodo aconteceu, embora aponte que os fatos tenham ocorrido de maneira mais simples: ao invés de milhões de hebreus atravessando o mar Vermelho a pés enxutos, Friedman acredita que um pequeno grupo de refugiados deixou a terra dos faraós e se tornou a casta sacerdotal de Israel.

Dentre os pesquisadores que não acreditam no relato do livro do Êxodo, existe um questionamento que se baseia na continuidade da cultura dos cananeus mesmo após a chegada dos hebreus, que segundo a Bíblia, exterminaram os antigos ocupantes de Canaã após cercar a cidade.

A área que hoje compreende, a grosso modo, os territórios palestinos, o moderno Estado de Israel e partes do Líbano e da Síria, foi o local onde os hebreus construíram a nação judaica. Mas, os pesquisadores, ao longo das últimas décadas, encontraram indícios de que o hebraico -idioma judeu- seja um dialeto surgido a partir do cananeu, e isso é usado como forma de desacreditar a narrativa bíblica e também para sugerir que se o livro sagrado, supostamente, falha ao dizer que os cananeus foram eliminados, poderia também ser falho ao descrever a fuga em massa do Egito.

Além disso, reforça o argumento de quem não tem confiança na Bíblia o fato de que os locais mais antigos ocupados pelo povo hebreu onde já se verificaram indícios de sua presença datam de 1.200 a. C., muito depois do período narrado pelo Antigo Testamento. Os pesquisadores argumentam ainda que a cultura material encontrada nesses locais possui itens, como arquitetura e artefatos de cerâmica, indistinguíveis da cultura dos cananeus quem viviam em áreas rurais.

Defesa

No entanto, Friedman se opõe a essa descrição adotada por grande parte dos pesquisadores, dizendo que a presença de refugiados, imigrantes e escravos semitas (de Canaã e das redondezas) está bem documentada nos textos egípcios, ainda que em pequeno número.

Ele também chama atenção para o fato de que há uma lista intrigante de israelitas com nomes de origem egípcia nas narrativas do Êxodo –a começar pelo próprio Moisés e por seu sobrinho-neto, Fineias, além de várias outros líderes menos influentes. Todos eles, sem exceção, são integrantes da tribo de Levi (os levitas), o clã sacerdotal dos israelitas.

Friedman diz ainda que a comparação entre dois dos poemas mais antigos da Bíblia (a julgar pelos arcaísmo do hebraico no qual foram compostos) -“A Canção do Mar”, um breve relato da vitória do poder do Deus bíblico (Yahweh) contra as forças do faraó; e “A Canção de Débora”, que versa sobre o confronto entre os israelitas e seus inimigos cananeus já na Terra Prometida- formariam mais uma prova da existência do povo hebreu como nação antes da ocupação de Canaã.

Na lista das tribos de Israel mencionada no segundo poema não há referência à tribo de Levi, enquanto “A Canção do Mar” não usa o nome de Israel em nenhum momento, mas apenas o termo “am”, ou “povo”, o que caracteriza, segundo Friedman, um ponto de esclarecimento do quebra-cabeças.

As tribos que formaram o povo de Israel originalmente teriam surgido na própria terra de Canaã, mas os levitas, vindos do Egito, teriam se juntado ao grupo um pouco mais tarde, trazendo consigo a crença em Yahweh, que é mencionado nominalmente pela primeira vez em textos egípcios sobre nômades semitas.

Arqueologia

O pesquisador destaca estudos que veem semelhanças entre artefatos egípcios do fim da Idade do Bronze (quando o Êxodo teria ocorrido) e a cultura israelita, e cita como exemplo uma imagem da tenda militar usada pelo faraó Ramsés II (1303 a.C.-1213 a.C.), que tem estrutura que se assemelha ao Tabernáculo, o templo móvel construído no deserto pelos hebreus.

“A erudição de Friedman e seu talento para contar uma história detetivesca são inegáveis”, resume a Folha de S. Paulo, reconhecendo que o relato do professor norte-americano a partir de suas pesquisas se torna um argumento forte a favor da narrativa bíblica.

(Gospel Mais)

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