Refugiadas celebram Dia Internacional da Mulher em Manaus e Boa Vista

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Com apoio da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), venezuelanas vivem novo momento em Manaus e Boa Vista. É o caso de duas refugiadas: Mercedes e Joana (nomes fictícios) que celebram a data enquanto experimentam a reconstrução de suas vidas no Brasil.

Ao deixar a Venezuela em 2019, Mercedes não imaginava os desafios que teria para reconstruir sua vida no Brasil. Forçada a deixar seu país por causa da insegurança e da fome, ela ainda teve que enfrentar a agressividade do próprio marido ao chegar em Manaus, capital do Estado do Amazonas.

“O mais difícil naquele momento foi ter que deixar minha filha na Venezuela. Foram seis meses sem vê-la até ela chegar ao Brasil. Depois disso meu companheiro ficou muito agressivo e nos deixou. Mas eu e ela continuamos ainda mais unidas”, comenta Mercedes.

Mais ao norte, em Boa Vista (capital do Estado de Roraima), Joana é mãe de cinco filhas e tem história parecida. Ela também sofreu com a violência do próprio companheiro durante seu recomeço no Brasil.

“Tive que sair da casa onde estávamos vivendo, pois era muito maltratada pelo meu marido… Os vizinhos chamaram a polícia! Pedi por abrigamento para nossa segurança, minha e das minhas filhas”, conta a venezuelana.

Chefes de família, Mercedes e Joana contaram com apoio do ACNUR e organizações parceiras para superar a violência e as incertezas alcançando seus objetivos e ambições.

Elas são duas das cerca de 28,6 mil mulheres que solicitam reconhecimento da condição de refugiadas no Brasil desde 2016, segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE). Deste total, o Brasil já reconheceu a condição de refugiada de aproximadamente 22,6 mil mulheres como refugiadas por uma diversidade de motivos, sendo quase 95% delas mulheres venezuelanas.

A Agência da ONU para Refugiados tem desenvolvido uma estratégia de proteção e empoderamento com organizações de vários setores para fornecer acolhimento emergencial, moradia segura, acesso a direitos e assistência para pessoas refugiadas, principalmente mulheres, meninas e população LGBTIQ+ em risco.

“É um trabalho desenvolvido com atores de diversos níveis, buscando assegurar que mulheres refugiadas possam ter acesso a informação, espaços seguros e posteriormente oportunidades para independência socioeconômica no país”, explica a chefe de proteção do ACNUR no Brasil, Christina Asencio.

As ações buscam assegurar às refugiadas acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), delegacias, assistência social e psicológica, abrigo emergencial, além de, quando aplicável, um auxílio financeiro (Cash Based Intervention, da sigla em inglês CBI) para possibilitar o reinício de suas vidas de forma autônoma e segura no Brasil.

Fonte: Com informações da Assessoria

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