No final de fevereiro acontecerá a primeira missa católica na catedral de Genebra desde a Reforma e todos os protestantes foram convidados para participar e receber a Comunhão.
A agência protestante suíça, Protestinfo, lembra que, mesmo não sendo permitido pelo canônico da Igreja Católica, a “intercomunhão” é comum em Genebra.
O convite para a missa do dia 29 de fevereiro foi feito pelo padre Pascal Desthieux, vigário episcopal católico do cantão de Genebra, que celebrará a missa na Catedral Protestante Reformada de São Pedro.
Desde agosto de 1535 a missa não é realizada naquela igreja, naquela época, os protestantes retiraram todas as imagens católicas. A catedral posteriormente se tornou notável como a igreja local do reformador João Calvino, e sua cadeira triangular ainda é mantida ao lado do púlpito.
Partiu do conselho convidar o padre para celebrar a missa na Catedral, por meio de votação, a ideia foi aprovada.
“Não houve oposição, o que é significativo. A ideia pegou porque corresponde ao nosso desejo de fazer da catedral um ponto de encontro para todos os cristãos de Genebra. Um espaço que transcende as fronteiras confessionais”, disse o presidente do Conselho, Daniel Pilly.
“Isso já é feito localmente em muitas paróquias durante celebrações ecumênicas, onde protestantes e católicos se convidam para a Ceia do Senhor e para a Comunhão”, disse ele ao Protestinfo.
O reverendo Emmanuel Fuchs, presidente da Igreja Protestante em Genebra e pastor em Saint-Pierre, disse ao Protestinfo que o convite é “um sinal de que o clima em Genebra é extremamente favorável e frutífero com a Igreja Católica Romana” e que é um progresso notável em termos de ecumenismo.
“Como o Papa Francisco disse, o ecumenismo é alcançado andando. Estamos tentando caminhar juntos na esperança de que, quando tivermos feito progressos suficientes, os obstáculos que hoje nos parecem insuperáveis não sejam mais”.
O lado católico dessa relação, porém, não está de acordo que protestantes tomem a Comunhão católica e isso tem gerado indignação na comunidade que entende o ato como “sacrilégio”.