Profissionais participam de oficinas sobre como atuar junto aos imigrantes

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Foto: José Nildo/Semsa

Oficina qualifica profissionais para atuar junto aos imigrantes

Gestores, assessores técnicos, especialistas de órgãos públicos e representantes de organizações do terceiro setor participaram, nesta quarta-feira, 13/6 da 1ª Oficina de Sensibilização sobre a Primeira Infância e Refúgio. Realizado no auditório da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), bairro Chapada, zona Centro-Sul, o evento, organizado pelos Núcleos de Saúde dos Grupos Especiais (Nusge) e de Saúde da Criança e do Adolescente (Rede Cegonha), do Departamento de Atenção Primária (DAP), da Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e parceiros, teve como finalidade a qualificação profissional para atuar com qualidade e resolutividade nos processos imigratórios, com destaque, às crianças em situação de refúgio no município de Manaus e no Estado do Amazonas.

A Oficina teve como foco as crianças em situação de refúgio, por serem as mais atingidas e vulneráveis diante dos fenômenos socioeconômicos e políticos, inclusive, ambientais.

“A situação atual das imigrações ao município de Manaus aponta para urgente e necessária proposição, efetivação e articulação das ações em saúde, assistência social, direitos humanos, educação, esporte e lazer, dentre outras”, aponta o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi.

O fenômeno da imigração ao Brasil não é novo, contudo tem se acentuado nas últimas décadas, com a chegada de imigrantes do Haiti e da Venezuela, aos estados da região Norte como o Amazonas e, em especial, à capital Manaus. “A definição de nossas estratégias de promoção à saúde dessas populações, foi resultado do perfil epidemiológico das imigrações ocorridas em 2016, quando a Prefeitura de Manaus assegurou assistência à saúde aos indígenas da etnia Warao, instalados precariamente na área do terminal rodoviário”, lembrou Wanja Leal, da Semsa.

No caso específico destes indígenas, na época, ações emergenciais e de impacto foram adotadas imediatamente pela Semsa, com a realização de mais de 25 mil atendimentos em saúde, entre consultas clínicas e de enfermagem, dispensação de medicamentos, vacinação dos grupos, distribuição de kits odontológicos e continuidade dos cuidados diferenciados em saúde. Conforme relatório dos técnicos, a partir dos indicadores epidemiológicos, nos últimos dois anos, tornou-se possível destinar o atendimento de crianças na faixa de zero a seis anos de idade em situação de vulnerabilidade e refúgio.

Para a representante do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) para a Amazônia, Joana Fontoura, a soma das ações dos vários atores sociais de estudo e atuação junto aos imigrantes, poderá ser capaz de responder às demandas dessas populações. “O refugiado em si já se constitui em uma pessoa vulnerável e as crianças, muito mais. Por isso, é também responsabilidade do Unicef, buscar assegurar a inclusão social, o acesso aos serviços de educação, à saúde e alimentação. Além disso, devemos nos preocupar com o que pode acontecer depois com as populações de refugiados, caso as medidas necessárias não sejam adotadas”, destacou.

Rede

A 1ª Oficina de Sensibilização sobre a Primeira Infância e Refúgio discutiu e buscou fortalecer a articulação em rede por parte das diversas instituições e órgãos públicos no sentido de defender e resguardar os direitos fundamentais das crianças à luz do Direito Internacional, da Convenção sobre os Direitos da Criança e da legislação brasileira em vigor. A coordenação do evento considera que, nos últimos anos, o número de crianças em busca de refúgio cresceu significativamente em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil e, por conseguinte, na capital amazonense.

A sensibilização de gestores e assessores técnicos integra o conjunto das ações que vêm sendo desenvolvidas ao longo do ano pela Semsa. O evento contou com a parceria do Unicef, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), United Way, Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Secretaria Municipal de Educação (Semed), entre outras instituições municipais e estaduais.

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