Um professor tem se tornado referência fora do Brasil por ser o primeiro amazonense a ser indicado a um prêmio Nobel da Educação. Ele se encontra entre os 50 finalistas indicados, por criar um método de levar água filtrada e resolver o problema de saneamento na região onde morava. Uma ideia simples, engenhosa e de fácil realização.
Valter Pereira leciona na escola municipal Luiz Gonzaga, e durante a semana do meio ambiente em 2014, um aluno questionou sobre o porquê do índice de diarreia subir na comunidade quando as cheias dos rios começavam. Valter então o explicou que pelo fato da ausência do sistema de esgoto, e água utilizada por todos vir de um poço artesiano não encanado, quando as cheias se iniciavam, os lençóis freáticos ficavam contaminados com os dejetos, contaminando a água do poço. A partir daí Valter teve a ideia que revolucionaria a comunidade de Santo Antônio do Tracajá.
O professor entrou em contato com ONGs para que instalassem 180 filtros retroativos de areia nas casas que não possuíam encanamento. Mas a questão continuava “o que fazer quando as fossas estiverem cheias?”, e foi aí que Valter teve a ideia de plantar bananeiras junto às fossas transformando as plantas – que passaram a se alimentar da água das fossas – em catalisadores ambientais.
O projeto de Valter já venceu o prêmio de educação Educador Nota 10 da Fundação Victor Civita no Brasil. A intenção do professor é mostrar que a educação rural também pode ser de qualidade. O resultado do prêmio Nobel sai dia 19 de março.