Com ações voltadas ao esclarecimento e à sensibilização sobre a importância da amamentação, a maternidade Dr. Moura Tapajóz, da Prefeitura de Manaus, deu início, nesta terça-feira, 3/8, pela manhã, à programação oficial de atividades educativas municipais, em alusão à Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) e ao Agosto Dourado. Este ano, o tema definido pela Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (em inglês, World Alliance for Breastfeeding Action – Waba) é “Proteja a amamentação: uma responsabilidade compartilhada”.
A iniciativa, em Manaus, é coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), por meio do Núcleo de Saúde da Criança e do Adolescente e da Rede Cegonha.
A mesa de abertura foi composta pela secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe; pela diretora do Departamento de Atenção Primária da Semsa, Sonja Ale Girão; pela chefe do Núcleo de Criança e Adolescente da Semsa, Ivone Amazonas; e pela responsável pelo Cantinho da Amamentação da Moura Tapajóz, Lílian Aguiar.
“Muitas vezes, quando acabamos de ter neném, principalmente quando é o primeiro filho, existe uma explosão muito grande de sentimentos. E, comumente, a dificuldade e a falta de orientação para uma pega correta faz com que a mama possa machucar, rachar, sangrar e isso, muitas vezes, leva a mãezinha a desistir de amamentar”, explicou Shádia Fraxe.
Segundo ela, os profissionais de saúde da Semsa, tanto na maternidade quanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão preparados para auxiliar as puérperas a amamentar. “Mães, não desistam de amamentar. Procurem informações, procurem atendimento e nós estaremos preparados para acolher e orientar da melhor forma”, completou a secretária.
Durante o evento, houve a entrega de certificado para Sirlley Maria da Silva, que doou inacreditáveis 26 mil mililitros de leite humano, em apenas três meses (de maio a julho de 2021), tendo sido a maior doadora do posto de Coleta de Leite Humano da Maternidade Dr. Moura Tapajóz no ano, mesmo em tão curto período de doação. “Para mim, é muito gratificante saber que esse leite está ajudando bebês que precisam, como aqueles que estão na UTI ou filhos de mães HIV+ ou que morreram, e não só os bebês, mas também as mães que se angustiam por não poder amamentar seus filhos. É muito emocionante”, relatou Sirlley.
A enfermeira Lílian Aguiar também abordou a importância da doação de leite humano. “Todas as mães que têm excedente de leite materno podem doar ao Cantinho da Amamentação da Moura Tapajóz, inclusive aquelas que não tiveram seus filhos na maternidade”, observou.
A ação ainda contou com uma mesa-redonda sobre o tema “Proteja a amamentação: uma responsabilidade compartilhada”, da qual participaram a médica neonatologista Briza Rocha, a psicóloga Raquel Floriano e a enfermeira Maria Alice Santos.
Vídeos
A Moura Tapajóz também anunciou uma programação de vídeos que serão divulgados todas as terças-feiras, durante o mês de agosto, com o objetivo de incentivar, promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. Os links para os vídeos serão disponibilizados na página oficial da Maternidade Dr. Moura Tapajóz no site da Semsa (https://semsa.manaus.am.gov.br/maternidade-moura-tapajoz) e o conteúdo será voltado tanto aos profissionais de saúde quanto à população em geral.
Os temas abordados incluem o papel da amamentação no desenvolvimento orofacial (face e boca) do bebê, a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento nutricional infantil, e orientações gerais sobre a amamentação, como pega, posições para amamentar e sinais de fome do bebê.
“Por que esse movimento? Por que essa mobilização? Porque a amamentação gera impacto sobre toda a sociedade. E aqui estamos mais um ano para falar sobre isso. Não acreditem em mitos como de que existe leite fraco ou coisas do tipo. Se tiverem dificuldades, não recorram imediatamente à fórmula infantil e procurem orientação. Nós profissionais de saúde estamos na luta constante pela proteção do aleitamento materno e a fórmula só pode ser utilizada em casos muito específicos e com recomendação médica”, explicou a enfermeira Ivone Amazonas.
Atualmente, de acordo com resultados preliminares do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) do Ministério da Saúde, a taxa de aleitamento materno exclusivo no Brasil até o primeiro ano de vida está em torno de 53%. “Já trabalhamos durante todo ano com as mães a importância da amamentação, mas com as iniciativas da Semana Mundial da Amamentação e do Agosto Dourado, nosso objetivo é aproveitar a exposição dada ao tema durante esse período para intensificar nosso trabalho e colocar ainda mais em evidência a necessidade do aleitamento materno exclusivo e, desta forma, contribuir para o aumento dos índices de amamentação e para a redução das taxas de mortalidade infantil, combatendo a fome e a desnutrição em todas as suas formas”, avaliou o enfermeiro Everton Gomes, gerente de Enfermagem da maternidade municipal.
A programação do Agosto Dourado na Moura Tapajóz ainda seguirá por todo mês, com rodas de conversa com orientações sobre a importância da amamentação às puérperas e seus acompanhantes, além de sensibilizações com os servidores da unidade sobre manejo do aleitamento materno e contato pele a pele.
Segundo a enfermeira Glenda Amorim, responsável pelo Setor de Educação Continuada e Permanente da maternidade, é importante ressaltar que os benefícios da amamentação extrapolam a relação mãe e filho e beneficiam o planeta e toda a sociedade.
“Ano passado, discutimos muito o impacto da amamentação para o meio ambiente, nas mudanças climáticas. Este ano, vamos discutir sua importância para a sociedade”, informou a enfermeira. “O aleitamento materno é capaz de reduzir em até 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos. Além disso, a cada ano que a mulher amamenta, o risco de desenvolver câncer de mama é reduzido em 6%. Fica claro, então, que amamentar, mais do que um ato de amor, é um ato de responsabilidade social, por também ser responsável pela prevenção de doenças que podem ser evitadas, ajudando a desafogar o sistema público de saúde”, destacou Glenda.
Leite materno
O leite materno é conhecido como o “padrão ouro” da alimentação, pois é o alimento mais completo para o bebê, tendo tudo de que ele precisa para se desenvolver de forma saudável até os seis meses de vida. A partir dos seis meses, a orientação do Ministério da Saúde é para que o bebê continue mamando até os 2 anos ou mais e seja introduzida a alimentação complementar saudável.
Crianças amamentadas têm menos alergias, infecções, diarréias, doenças respiratórias e otites, além de menores chances de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2; além de possuírem melhor desempenho em testes de inteligência e se transformarem em adultos mais saudáveis e produtivos.
Conscientização
O Mês do Aleitamento Materno no Brasil foi instituído pela lei nº 13.435/2.017, que determina que, no decorrer do mês de agosto, serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno.
Já a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) teve início antes, em 1990, no encontro da Organização Mundial de Saúde (OMS) com o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), momento em que foi gerado um documento conhecido como “Declaração Innocenti”. Para cumprir os compromissos assumidos pelos países após a assinatura desse documento, em 1991 foi fundada a Waba, que 1992 criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno, definindo, todos os anos, um tema a ser explorado e lançando materiais que são traduzidos em 14 idiomas com a participação de aproximadamente de 120 países.
Fonte:
Texto – Marcella Normando / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa