Fábio Porchat participou do Conversa com Bial, da Globo, nessa terça-feira (13/10), e revelou o tema do já tradicional especial de Natal do Porta dos Fundos, lançado anualmente desde 2013. No ano passado, cabe lembrar, o vídeo revoltou religiosos e deu o que falar.
Neste ano, trata-se de uma paródia do longa de Petra Costa, que concorreu ao Oscar, Democracia em Vertigem: “Teocracia em Vertigem”. Segundo o humorista, é um documentário sobre a história do golpe que culminou na crucificação de Jesus Cristo.
“Eu sempre começo a escrever o especial em março, então veio a pandemia e impediu a gente de gravar e contracenar juntos. Imagine, Jesus tem 12 apóstolos, se fosse o Buda seria mais fácil”, disparou Fábio Porchat.
O apresentador seguiu: “Até que o nosso roteirista, Gabriel Esteves, teve a ideia de fazer um documentário só com depoimentos”.
“Nós unimos o útil ao agradável, porque só se fala de política. Nunca se falou tanto de política e religião de uma vez só. Terrivelmente, falamos de política e religião o tempo inteiro”, explicou o titular do Que História é Essa, Porchat?.
Teocracia em Vertigem, que será lançado no canal do Porta no YouTube, será no formato documentário e irá contar “a verdadeira história por trás do golpe que levou à crucificação de Jesus Cristo”. O roteiro terá 25 depoimentos de personagens que teriam ligação com Cristo, como os apóstolos, Pôncio Pilatos e testemunhas anônimas da história.
Porchat exibiu alguns trechos do projeto em primeira mão durante o Conversa com Bial. Em um dos trechos, um dos entrevistados questiona por que depositaram 89 milhões de moedas de prata na conta da ex-mulher de Judas Iscariotes, uma alusão ao suposto depósito feito por Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que até virou tema de uma música da banda Detonautas.
De forma irônica, ele criticou os evangélicos por criticarem as esquetes de humor do Porta dos Fundos. Fazendo menção ao episódio em que foi criticado por fazer uma piada gordofóbica, Porchat afirmou que não se retrata ao zombar das religiões, especialmente da fé cristã, porque isso não configura uma propagação de preconceitos.
“Acham que eu sou um vilão do Batman que fica em casa pensando ‘Como vou irritar os evangélicos?’ Sendo que, na verdade, eu penso ‘Como eu vou ser engraçado? Quando eu faço piada com religião, eu estou brincando, estou dessacralizando com uma coisa e não há sagrado para o humor”.