“Uma mudança dramática em apenas um dia, mas o rio é assim mesmo. Cada quilômetro é diferente, e só porque uma área é ruim não significa que…”
Esta é a última postagem, no Twitter, da atleta britânica que desapareceu no rio Solimões. Foi ao ar na madrugada da última quarta-feira, 13 de setembro – desde o mês passado ela viajava de caiaque, em uma jornada que começou no Peru e foi interrompida entre as cidades de Codajás e Coari (AM), na beira do rio Solimões, com o desaparecimento dela.
Sua identidade não está sendo revelada.
A atleta usava a rede social para documentar a viagem pela região.
A britânica foi desestimulada a seguir o trajeto sozinha. Chegou a fazer piada da situação em um tuíte no último dia 10: “Em Coari ou perto (a 100 quilômetros acima do rio) meu barco será roubado e eu serei assassinada. Legal”.
Segundo escreveu em um blog, o plano era descer o rio “sem apoio ou assistência”. A postagem foi feita em 9 de agosto, quando ela ainda estava em Iquitos, no Peru. No fim do texto, disse que estava ciente das dificuldades, mas que não tinha nenhum arrependimento.
No dia 12, um dia antes de seu sumiço, afirmou no Twitter ter avistado de 30 a 50 homens “armados de rifles e flechas” em barcos.
Investigações
Alguns objetos que pertenceriam a ela, como roupas e sapatos, foram encontrados na tarde da última sexta-feira por militares do 9º Distrito da Marinha. Um caiaque idêntico ao das fotos em redes sociais também foi achado.
Os pertences estavam em um banco de areia na comunidade Lauro Sodré, entre Codajás e Coari, a cerca de 400 quilômetros de Manaus. O material foi encaminhado à Polícia Civil, que abriu um inquérito para investigar o desaparecimento.
Um policial próximo às investigações disse que o local onde ela foi vista pela última vez é o mesmo onde um delegado de polícia desapareceu em dezembro passado. Thiago Garcez teria sido assassinado em conflito com traficantes de drogas que atuam no local – o corpo nunca foi localizado.
Informações G1