A Polícia Civil do Distrito Federal informou, nesta segunda-feira (9), que abriu uma investigação sobre a clínica de hipnose que oferece “tratamento do homossexualismo” (sic) – a palavra não é mais utilizada por especialistas devido ao sufixo -ismo, que remete a doença. A prática da terapia de reversão sexual, conhecida como “cura gay”, é vedada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e, em 2019, foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin). Segundo a delegada Ângela Maria dos Santos, o objetivo “é verificar se há algum ilícito criminal”. A Câmara Legislativa do DF (CLDF) também pediu que o Ministério Público apure o caso.
No site da Hipnoticus, Gabriel Henrique de Azevedo Veloso garante ainda tratamento contra depressão e doenças autoimunes “antes mesmo da primeira sessão”. O procedimento custa a partir de R$ 29,9 mil e, segundo ele, é o “equivalente a 70 anos de terapia”.
Henrique contou que atua na área desde 2007 e negou que ofereça cura para pessoas LGBTQIA+. “Foi um mal-entendido. A palavra homossexualismo [sic] tem uma conotação negativa e já foi retirada do site”, disse (leia íntegra ao fim da reportagem).
“Tem gente que procura esse tipo de tratamento, não é algo forçado a ninguém. Não tem cura gay, não tem fobia nenhuma e nenhum preconceito, muito pelo contrário. O cliente homossexual que quiser ser tratado pode ser tratado sem mudança de orientação sexual, foi uma infelicidade por conta do termo.”
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