O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira, 14, que a Pfizer deve antecipar o envio de cerca de dois milhões de doses ao Brasil no primeiro semestre. Agora, a previsão de entrega até junho desta vacina sobe de aproximadamente 13,5 milhões para cerca de 15,5 milhões de vacinas, segundo o ministro. Queiroga não apontou quando os lotes começam a chegar no País.
A Saúde contratou 100 milhões de doses da Pfizer após meses de negativas a ofertas da empresa. Pelo menos 3 milhões já poderiam ter chegado ao País, caso o governo Jair Bolsonaro tivesse aceitado as primeiras tratativas com o laboratório, abertas ainda em 2020. Como revelou o Estadão, o governo chegou a elaborar um dispositivo para destravar a compra com a companhia por meio de uma medida provisória, no fim de 2020, mas a versão final do texto foi alterada.
Em declaração no Palácio do Planalto, Queiroga disse que a antecipação das doses foi “fruto de uma ação direta” de Bolsonaro. A Saúde não tem atualizado cronogramas de entregas das vacinas, após críticas por recuos nas previsões de doses que chegariam a cada mês no País. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que Queiroga prometeu 520 milhões de vacinas até o fim do ano. A Saúde vinha informando que seriam 560 milhões.
Não está claro se Pacheco se equivocou, se as cerca de 48 milhões de doses já entregues não foram somadas ao cronograma ou se a Saúde voltou a reduzir a expectativa de distribuição de vacinas. Procurada, a Saúde não se manifestou.
Queiroga também repetiu que o governo tenta antecipar a chegada de vacinas já contratadas. O ministro citou pressão para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) priorize o Brasil em entregas por meio do consórcio Covax Facility. O ministério espera receber cerca de 42 milhões de doses em 2021 por este mecanismo, mas até agora cerca de 1 milhão de vacinas chegaram ao País. O governo Jair Bolsonaro decidiu entrar no consórcio pela cota mínima, que prevê doses para apenas 10% da população – o porcentual máximo era para imunização de 50% do País.
As declarações do ministro da Saúde foram dadas após a 2ª reunião do comitê que reúne membros do governo federal, Congresso, Judiciário e Estados para tratar de ações contra a covid-19. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o comitê também discutiu projetos em tramitação no Congresso sobre a pandemia. Ele disse que os senadores tem “resistência” à proposta já aprovada na Câmara que flexibiliza regras para venda de vacinas ao setor privado.
Pacheco disse ainda que pediu para Bolsonaro sancionar projeto que permite a contratação de leitos da rede privada para atendimento de pacientes da covid-19 no SUS. O senador também afirmou que a Saúde está “sensível” a discussões sobre uso de fábricas de medicamentos para animais como local de produção de vacinas, mas reconheceu que esta não é uma opção para entrega das doses a curto prazo.
Com informações Assessoria