“Mas na noite anterior ao casamento eu percebi que estava com algumas roupas de Harry, incluindo sua gravata. Ele não podia aparecer sem uma gravata, então uma amiga que tinha ficado á noite em minha casa se ofereceu para levar a gravata pela manhã. Nós nos levantamos ao amanhecer e eu a acompanhei a pé até a estação de ônibus”, contou.
“Enquanto eu estava voltando para casa, passei por um cara sentado no capô de um carro – de repente ele me pegou por trás e me jogou no banco de trás do carro dele. Havia mais dois homens lá dentro. Tudo aconteceu em uma fração de segundo”, acrescentou. “Um pedaço de pano estava cheio na minha boca. Eu estava chutando e batendo neles, tentando gritar. Quando consegui empurrar o pano para fora da boca, gritei: ‘É o dia do meu casamento!’ Foi quando eu acertei o meu primeiro golpe neles. Um dos homens me disse: ‘coopere ou você vai morrer”.
“Os homens se revezaram para me estuprar. Tinha certeza de que ia morrer, mas ainda estava lutando pela minha vida, então, quando um dos homens tirou a mordaça da minha boca, eu o mordi com força. Ele gritou de dor e um deles me esfaqueou no estômago. Então eles abriram a porta e me expulsaram do carro em movimento.
Ela foi abandonada muito longe de onde morava, machucada, sem roupas e sem norte.
“Eu estava meio nua e coberta de sangue, e meu rosto estava inchado. Mas algo deve ter alertado aquela senhora, porque ela adivinhou que eu era uma noiva”, explicou.
“Vamos ao redor das igrejas para ver se eles estão perdendo uma noiva”, disse a senhora que resgatou Terry às enfermeiras.
Quando ficaram sabendo da notícia, os convidados da festa juntos ao noivo se dirigiram ao hospital em que ela fora atendida.
E infelizmente, ela não poderia poderia mais ter filho, pois a faca tinha atingido o seu útero.
“Algumas pessoas disseram que eu era culpada por aquilo, pois saí de casa pela manhã. Foi muito doloroso, mas minha família e Harry me apoiaram”, contou, o quê fazia com que ela ficasse muito oprimida, e não conseguia parar de pedir perdão ao noivo.
Como se não fosse o bastante, ela descobriu que havia contraído o vírus da AIDs por causa do estupro, e decidiu acelerar o casamento, que acabou acontecendo em julho de 2005. Após 29 dias do estupro, seu noivo morre em um acidente, carbonizado.
“Voltar à mesma igreja para realizar o funeral foi algo terrível. Apenas um mês antes, eu estava lá, com meu vestido branco, com Harry em pé, na minha frente, lindo em seu terno. Agora, eu estava de preto e ele estava sendo conduzido, dentro de um caixão”, falou chorando.
Após tudo isso, ela se lamentou:
“Eu me senti decepcionada com Deus, me senti decepcionada com todos. Não podia acreditar que naquele momento outras pessoas pudessem estar saindo e vivendo tranquilamente suas vidas. Eu surtei”, relatou.
“Um dia eu estava sentada na varanda, olhando os pássaros e disse: ‘Deus, como você pode cuidar dos pássaros e não de mim?’. Naquele instante, lembrei que alguém que 24 horas por dia sentada na depressão, com as cortinas fechadas, não vai recuperar essas 24 horas perdidas. Antes que você perceba, lá se foi uma semana, um mês, um ano desperdiçado. Essa foi uma realidade difícil”, reconheceu.
Tonny Gobanga, um grande amigo, continuou visitando Terry, conversando com ela e a fazendo sorrir pelo menos um pouco após tanto sofrimento, e finalmente percebeu que ela havia se apaixonado por ele.
“Foi três anos depois do meu primeiro casamento, e eu tive muito medo. Quando trocamos votos, pensei: “Aqui volto e te peço, Pai, não o deixe morrer. Quando a congregação orou por nós, chorei incontrolavelmente”, declarou Terry.
Para sua surpresa, quando sentiu um enjoo, ficou extasiada ao saber que estava grávida e agora tem duas filhas, Tehille e Towdah.