Nildes Pereira, pastora, de 50 anos, Deixou a capital de São Paulo, para fazer missões pela Igreja Quadrangular em Salvador, Bahia. Ela passou a morar na Rua Conselheiro Nébias, região da Luz, onde havia uma grande concentração de usuários de droga.
“Eu nunca tinha visto na minha vida tanta gente numa rua usando drogas”, disse ela. “Vendo as famílias ali, comecei a me preocupar com elas. Da janela de onde eu morava eu via as pessoas morrendo”.
Nildes é mãe de duas filhas, de 11 e 15 anos, com o tempo, ela percebeu que os usuários de drogas só queriam alguém para conversar. “Era um ouvido, um abraço, um aperto de mão, um bom dia. E eu olhei e falei: quero ajudar essas pessoas”, conta a pastora.
Nildes abriu as portas de sua casa para atender os usuários. “Levava eles para um espaço para dar banho, para dar comida, para ouvir”, ela relata. “É um chamado incondicional, não é pela religião, não é pela igreja. Eu entendo que eu, como cristã, tenho uma responsabilidade”.
Durante o tempo em que Nildes passou ajudando as pessoas na Cracolândia, ela ganhou o respeito dos dependentes e adotou duas crianças. O processo de adoção foi iniciado depois que ela conheceu um menino de 4 anos que foi deixado pelo pai após ser preso. Ela encontrou o avô da criança, mas ele não tinha condições financeiras para criá-lo.