A escolha de Kássio Nunes Marques para a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF) criou um mal-estar entre o presidente Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia.
O desembargador, que hoje está no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, começou a ser bombardeado por líderes religiosos que tentaram emplacar outros nomes para o Supremo, confiando na palavra de Bolsonaro de que indicaria um “terrivelmente evangélico” para a corte. Kássio é católico.
Um dia antes, Silas Malafaia havia defendido a escolha de Bolsonaro, e chegou a justificá-la, dizendo que, na verdade, o segundo indicado para o STF é que será evangélico. Com a confirmação, ele mudou de postura e explodiu.
O pastor escreveu uma crítica direta para o presidente em seu perfil no Twitter, com letras maiúsculas e minúsculas: “Só pode ser piada presidente”! O 1º nomeado por Bolsonaro é um petista . O camarada foi nomeado por Dilma , ligado a vários petralhas , defendeu o terrorista assassino Cesari Batisti . O PT, toda a esquerda, centrão e corruptos contra a lava jato, comemoram! vergonha total!”
Por outro lado, o pastor Marco Feliciano, que também é evangélico, foi na direção contrária. “O doutor Kássio há mais de dez anos é desembargador federal, então está apto a ser ministro do STF. Confio no feeling do presidente”, afirmou ele em mensagem enviada à coluna de Mônica Bergamo, na Folha.
O presidente Jair Bolsonaro também se manifestou, e mostrou nesta sexta-feira (02) um certo descontentamento com as críticas recebidas por Silas Malafaia, a quem se referiu como “a autoridade lá do Rio de Janeiro”.
“Eu lamento muito uma autoridade lá do Rio de Janeiro que eu prezava muito e que está me criticando com videozinhos, me xingando de tudo quanto é coisa”, disse Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada. “Esta autoridade do Rio de Janeiro queria que indicasse um dele, devem saber de quem eu estou falando, né? Tem vários vídeos aí, uma pessoa que ainda diz que tem Deus no coração”, completou.
