O pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular Euclides Vieira, foi procurado em maio deste ano por Suzane Richthofen e seu noivo, Rogério Olberg, pois a detenta tem o desejo de ser missionária.
Euclides conhece o noivo de Suzane desde 2005, e passou a ter contato com ela há cerca de um ano. Segundo o pastor, Richthofen merece uma segunda chance, mesmo após ter sido condenada à 39 anos por assassinato dos pais.
“Eu conheço o noivo há mais de 10 anos, pois ele é membro da nossa igreja em Angatuba e sempre o aconselhei pastoralmente. Sei sobre o relacionamento dele com Suzane e da forma como ele a evangelizou por meio de cartas”, contou o pastor.
“Foi então que em 2016 a conheci e posso dizer que conheci uma Suzane diferente da que imaginava. Na última saída temporária, no Dias das Mães, ela falou firme e olhou nos meus olhos afirmando sobre o desejo de ser missionária. Falou franca comigo que queria falar de Deus para as pessoas e de como mudou. Eu disse que iria apoiar e indicar o caminho. Prepará-los”, disse.
Euclides afirmou que o relacionamento da detenta com Rogério se deu por meio de uma outra detenta, que é irmã do noivo. Os advogados de Suzane não se manifestaram sobre o assunto.
“Ele a conheceu através da irmã que está presa e passou a evangelizá-la por cartas. Aí os dois se apaixonaram. A Suzane passou a frequentar os cultos que a Igreja Quadrangular faz na cadeia e até foi batizada”, disse ele.
“Eu acredito no poder de Deus, de que ela tenha sido liberta. Ela merece uma segunda chance. Todos merecem. Eu não a critico. Eu acolho. Eu conheci histórias de pessoas que mudaram e por que ela não pode também? Deus perdoa se ela se arrependeu”, reafirma a respeito de Suzane.
O líder disse que mesmo na prisão, a detenta pode começar a testemunhar junto com o noivo em algumas igrejas e para pessoas. “O noivo veio me perguntar se teria essa possibilidade dela falar com o ex-usuários de drogas de uma casa e eu disse que sem problema. Se realmente ela sair no Dia dos Pais, ela deve falar com os ex-usuários e moradores de rua”.
Apesar da visão positiva do pastor, Suzane terá que fazer todos os trâmites para se oficializar missionária, o que inclui curso teológico de três anos, passar por entrevistas e receber indicação de um pastor. Euclides afirma que vai acompanhar o caso de perto e que alertou Suzane para as possíveis críticas.
“Todas as pessoas merecem uma segunda chance. Claro que vamos procurar saber se realmente ela mudou, fazer um acompanhamento pastoral e ver que não é um teatro e, sim, que é algo verdadeiro. O pastor que está próximo dela vai saber diferenciar”, afirmou Davi Rodrigues, membro do Conselho Nacional de Diretores da Igreja Quadrangular, em São Paulo.