Uma entrevista do teólogo e pastor Zé Barbosa Jr. concedida à Folha de S. Paulo ganhou grande repercussão no último domingo (3/01) em razão da defesa da ideia de que o socialismo não está tão distante do cristianismo. Essa tesa é o que orienta o curso “Cristo e Socialismo – Uma união pra lá de possível”, promovido na plataforma Fórum Educação.
À Fórum, o pastor comentou sobre a entrevista dada à jornalista Anna Virginia Balloussier, da Folha, e o retorno que recebeu nas redes sociais. Apesar de ter sofrido ataques, o teólogo classificou como positiva a visibilização do debate que o caso promoveu.
“Resolvi, diferente das outras vezes, não ‘dar trela’ para os comentários pejorativos e violentos. É o modus operandi dessa turma: provocar a briga para depois se dizerem perseguidos. Não vou cair no jogo deles. Não mais”, afirmou. Segundo ele, a maioria das mensagens que recebeu foram “palavras de apoio e de grata surpresa”.
“O mais curioso é que muita gente chegou à reportagem por conta de ‘haters’ tipo a turma do MBL que expôs o título da reportagem para criticar os cristãos de esquerda. Como creio que Deus é, também, bem humorado e irônico, nada mais natural que usar a própria fala do ‘inimigo’ contra ele mesmo”, declarou. Segundo Barbosa, muitas pessoas se inscreveram no curso após a reportagem, que foi a mais lida da Folha de S. Paulo no domingo.
Pai Nosso socialista
Um dos pontos que mais chamou atenção na matéria da Folha foi a ideia de que o Pai Nosso é uma oração socialista. Zé Barbosa defendeu a tese explicou que “é claro que o Pai-Nosso não é uma oração ‘influenciada’ pelo socialismo”, mas “casa perfeitamente com o espírito do socialismo”.
“O Pai, o Pão, e o Perdão são comunitários, sociais, compartilhados, repartidos. Não há espaço para acúmulos ou meritocracias para quem reza/ora o Pai-Nosso”, explicou.
Na entrevista, Zé Barbosa, que também é colunista da Fórum, ainda explica como surgiu a ideia do curso. “Sempre digo que é impossível dissociar religião da prática política, ainda que lutemos pela total separação entre Igreja e Estado”, disse.
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