Segundo a pesquisadora Angela Gregory, da Universidade de Notthingham, homens entre 18 e 25 anos são os mais suscetíveis a sofrer com o vício em pornografia online. Ela ressalta que grande parte dos acessos ao material se dá por meio de celulares e notebooks. A máxima é reafirmada por Alexandre Sacha Mendes, um dos pastores da Igreja Batista Maranata em São José dos Campos (SP). Em entrevista para o canal Voltemos Ao Evangelho, ele afirma que tais meios facilitam também para os jovens cristãos.
“Toda essa revolução do conhecimento e o acesso a novas tecnologias tem potencializado um problema que existe desde sempre, desde a queda. Que é essa suscetibilidade, eles estão extremamente vulneráveis às tentações sexuais. Jovens são vulneráveis às tentações sexuais. Então, a gente nota isso mesmo, que muitos deles estão lutando em silêncio com a questão da pornografia, da masturbação, gerando um enorme peso de culpa e uma coisa que é muito triste é que tira eles da jogada, tira a força da juventude da igreja”, disse.
Ele complementa: “Gera um peso de culpa enorme, o camarada fica questionando inclusive se ele é crente, salvo, ou cristão porque ele não sabe lidar. Ele se torna escravo do pecado e o testemunho do Espírito Santo não testifica mais. O rapaz começa a lutar com dúvidas acerca da salvação dele mesmo. O problema é real, não adianta a gente fechar os olhos. Não é um problema estritamente masculino, isso é uma coisa séria porque associamos a pornografia só a rapazes. Se você quiser fazer uma diferenciação tende a ser mais comum, mas não exclusivo”, ressaltou o pastor.
Líder X Jovem Cristão
Para o pastor Alexandre, o líder deve reafirmar o Evangelho para aquele jovem que está passando pelo problema. “É óbvio que você não quer ministrar uma falsa segurança, e ao mesmo tempo você não quer fingir. Antes de tudo você deve reafirmar o Evangelho. Você precisa confessar e continuar crendo no Evangelho. Eu falaria de novo do Evangelho, mostraria mais uma vez o básico. É crer no perdão de Deus e em sua purificação. Temos que falar sobre certas mentiras que o pecado sexual nos prega, de que é inevitável”, comentou.
“Parte disso tem a ver com a força do desejo que nós experimentamos no corpo e aí são aliadas mentiras que escutamos no mundo e o nosso coração nos prega. Essa mentalidade de que eu estou procurando o prazer do próximo é deturpada pela masturbação e pornografia. Se ela não for compreendida, de que agora é uma expressão de adoração ao Senhor, ela vai continuar dentro do casamento. É o marido que entra no relacionamento sexual buscando o prazer dele e o que você vê é um desastre”, pontuou.
“Existe o jovem apático entregue aos desejos e existe o jovem que é quebrantado e que está buscando ajuda. Os espaços entre os eventos são cada vez maiores. É uma lástima, eu não estou dizendo que não tem valor você cair de novo, mas o que você está aprendendo com isso? A intensidade é menor. Existe rapidez em confessar e até em envolver pessoas para ajudar a pessoa, porque o pecado sexual, se ele já tentou uma vez, duas, cinco e ele não conseguiu sozinho, as chances são muito pequenas. Quanto mais isolado, mais difícil de ser tratado”, colocou. Alexandre explica que é preciso adotar novas práticas, como um melhor engajamento na igreja e dedicando tempo para Deus. “Adotando essas posturas, você cresce no conhecimento de Deus e na santidade”.