“Se você não tem como comprar o seu pãozinho hoje, pegue aqui”. Esse é o recado deixado junto com uma cesta de pães na porta de uma padaria no centro de Dracena, no interior de São Paulo.
A doação de pães é feita há algum tempo por Roberto Aparecido Ribeiro, de 59 anos, dono da padaria há 22 anos. Mas a ação se intensificou durante a pandemia do novo coronavírus, que afetou a renda de muitas famílias.
“As pessoas carentes que não têm condições de comprar um pãozinho vêm até o balcão para pedir e até ficam constrangidas. Eu nunca neguei um dia, antes mesmo desta ideia”, disse Roberto à reportagem da TV Fronteira.
Junto com a embalagem do pão francês, Roberto deixa ainda uma mensagem evangelística: “Deus é quem providencia o pão que precisamos para viver. Ele nos sustenta, mesmo nos tempos difíceis”, diz texto escrito num papel.
“Mas não precisamos apenas de pão material para viver, precisamos também do pão espiritual. Jesus é o pão que nos mantém espiritualmente vivos, Ele nos dá vida eterna, através do sacrifício de seu corpo, que Ele deu por nós”, continua a mensagem.
Mensagem evangelística é fixada na embalagem do pão francês. (Foto: Roberto Aparecido Ribeiro)
O comerciante se sente realizado quando não sobra nenhum pão na cesta no final do dia. “Coloco de 10 em 10 pãezinhos na cesta e a gente fica feliz quando não sobra”, afirma.
A padaria também foi afetada pelo impacto da pandemia na economia do País, mas Roberto enxergou nisso uma oportunidade de ajudar.
“Hoje produzimos em torno de 2.400 pãezinhos por dia. Antes da pandemia, produzíamos 3.600, uma queda de 40%. Cristo se faz pão e o que reduzimos na produção hoje talvez seja aquele que estava precisando se alimentar”, disse o padeiro.
Mesmo com a queda nas vendas, ele conseguiu manter seus 15 funcionários. “Pode um dia até me faltar algo, talvez, mas, ao ver as pessoas pegando os pãezinhos, a gente fica feliz”, destaca.
GUIAME
