“Os profetas de Deus precisam se levantar e condenar a corrupção”, diz Roberto de Lucena

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Foto: Reprodução/Internet

O deputado federal Roberto de Lucena (PV-SP) comentou sobre o atual estado do país com a revelação a respeito de Michel Temer e Aécio Neves na corrupção política. Em entrevista com o portal Guiame, o deputado falou:

“Eu me lembro que na véspera do impeachment, no meu pronunciamento, eu disse que o impeachment em si não seria a solução. Ele seria o começo da solução, porque nós precisávamos, a partir do impeachment, entender que estávamos começando uma caminhada, que não terminava ali. Ela prosseguia e ainda prossegue. É uma caminhada difícil, árdua, longa. Nós precisamos fazer essa travessia com muita responsabilidade, com muito equilíbrio”, destacou.

“Começamos um processo irreversível, não podemos voltar atrás. Temos que ir adiante, fazer a travessia, aplicar os rigores da lei, de forma que que essa sensação de impunidade que havia no Brasil nunca mais volte, que as pessoas percebam que a lei é igual para todos e que o pau que bate em Chico, bate também em Francisco”, acrescentou.

Lucena também alertou aos evangélicos que é preciso prezar pela união neste momento, não perdendo mais tempo com discussões desnecessárias nas redes sociais e somando forças para combater a corrupção.

“Não adianta irmos às redes sociais para ficar xingando, amaldiçoando. Às vezes eu fico preocupado com o comportamento dos nossos irmãos evangélicos nas redes sociais, que amaldiçoam pessoa A ou B, como se a nossa luta fosse contra carne ou sangue”, afirmou.

“As igrejas [evangélicas] precisam se posicionar. Somos 50 milhões de brasileiros, 1/4 da população. Creio que por meio das lideranças, a Igreja precisa, como instituição, condenar o desmando, o ‘mal feito’, a corrupção. Nós muito pouco ouvimos as manifestações das nossas lideranças sobre esses temas”, comentou.

O deputado que também é pastor afirmou que o país precisa ouvir o que os seus profetas têm a dizer e que estes, por sua vez, precisam se levantar e condenar este quadro vergonhoso que tem sido exposto no país.

“O Brasil precisa ouvir a voz de seus profetas. Deus tem profetas nesta terra e eles precisam se levantar e condenar a corrupção, porque ela mantém os miseráveis na miséria, os pobres na probreza. Ela sequestra e desvia recursos, impedindo que a justiça social seja promovida através da verdadeira distribuição de renda, de igualdade de oportunidades”, disse.

“O Brasil está sendo passado a limpo”. A afirmação de Lucena destaca a esperança de que este momento turbulento não seja permanente e sim que o Brasil se assemelha a uma casa bagunçada que está sendo arrumada.

“É claro que quando nós estamos orando e trabalhando, precisamos entender que há coisas que fazemos e outras que são respostas das nossas orações. Às vezes as coisas precisam piorar para depois melhorar. É só a gente ter agora em mente a imagem de alguém arrumando uma casa. Quem já entrou em uma casa onde está acontecendo uma faxina geral, se lembra que antes da casa ficar toda arrumada, ela fica muito bagunçada”, explicou.

“A mesma coisa está acontecendo com o Brasil e eu acredito na resposta de Deus às orações daqueles que amam esse país e oram pelo nosso país. Acredito que tudo que estamos vendo são respostas das nossas orações e também acredito que o Brasil está sendo passado a limpo. Agora, não adianta você pegar um tumor que precisa ser espremido e só espremer a metade, porque depois ele vai voltar e vai ficar pior que antes. Então tem que tirar tudo, tem que limpar”, acrescentou.

Roberto de Lucena finalizou seu depoimento, levando uma palavra de esperança aos cristãos brasileiros.

“A minha palavra como pastor é de esperança. Não está nada perdido. Pelo contrário, isto tudo que estamos vivendo é o melhor sinal de que nós temos cada vez mais que amar e acreditar no Brasil. Só dá para amar um país onde as instituições funcionam, um país que decide tirar de baixo do tapete a sujeira que estava ali há centenas de anos e levá-la para o lixo, que é onde ela deve ser jogada”, disse.

“Precisamos orar como se tudo dependesse de Deus e trabalhar como se tudo dependesse de nós. Trabalhar significa fazer a nossa parte aqui no Congresso e os cidadãos fazerem a sua parte, sendo seletivos com relação ao voto”, finalizou.

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