Um juiz do Texas está sendo processado na corte federal pela principal organização ateísta do país. A razão do processo é sua tradição de convidar pastores e capelães para fazerem uma oração antes de cada audiência.
A fundação ateísta Freedom From Religion (com sede em Wisconsin), que defende uma separação rigorosa entre Igreja e Estado, entrou com um processo na última terça-feira (21) contra O Juiz da Paz do Condado de Montgomery, Wayne Mack, argumentando que ele repetidamente violou a cláusula de estabelecimento da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, ao fazer orações cristãs no início de cada sessão.
A ação judicial foi formalmente apresentada em nome de três demandantes que se sentiram diretamente afetados pela tradição de Mack e foi registrada no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul do Texas em Houston.
De acordo com o processo, Mack prometeu instituir “valores religiosos dentro do escritório” durante sua campanha primária republicana de 2014 para sua posição como Juiz da Paz no Condado de Montgomery. Ele também disse que iria implementar um “programa de capelania”.
“Pouco depois de assumir o cargo de Juiz da Paz em 1º de maio de 2014, Mack implementou a prática de abrir cada sessão de corte com uma oração, feita por um capelão convidado”, explica o processo.
Em agosto de 2014, um dos queixosos apareceu no tribunal de Mack e citou juiz dizendo à multidão que se eles ficaram ofendidos com a oração, poderiam “ir para o corredor e seu caso não seria afetado”.
“O capelão convidado então se levantou e leu da Bíblia Cristã por cinco a oito minutos, dirigindo a leitura para os presentes na sala do tribunal”, alega a ação. “Após o sermão de cinco a oito minutos, o capelão convidou todos a inclinarem suas cabeças para uma oração”. Durante a oração, o juiz Mack não inclinou a cabeça, mas observou aqueles na sala de audiências.
A ação ainda explica que o demandante sentiu que “o resultado de seu caso seria afetado pela forma como ela escolheu reagir”.
“Ela não saiu da sala, mesmo depois que juiz liberou as pessoas presentes na audiência a fazê-lo por medo de que suas ações prejudicariam a decisão do juiz Mack contra ela”, continua o texto do processo. “Ela se sentiu compelida pela autoridade governamental a demonstrar reverência à religião de outra pessoa”.