Uma estrangeira, vinda de um país com forte repressão aos cristãos, morando em um país com ataques quase que igualmente pesados ao cristianismo. Essa é a realidade vivida por Bon-Hwa (nome fictício usado por razão de segurança). Ao contrário do que tudo indicava, ela não teve medo do cenário adverso e decidiu se batizar, mesmo correndo risco de ser morta.
A escolha da jovem norte-coreana começou dois anos antes, quando ela conheceu a reunião secreta de mulheres para mulheres, organizada pela Open Doors (Portas Abertas, em português), criada para acolher mulheres oriundas da Coreia do Norte e que se mudaram para a China em busca de uma vida melhor.
Não é raro que mulheres como Bon-Hwa sejam traficadas e vendidas para prostituição ou casamento com chineses pobres. O fato, porém, fica ainda pior quando se descobre que ajudar os refugiados norte-coreanos é crime com punições pesadas na China.
Apesar de não existir qualquer registro, por questões de segurança, o pastor conta que o momento em que Bon-Hwa desceu às águas foi emocionante e inesquecível para todos que presenciaram, inclusive para ele mesmo.
– Eu tive que me conter e me concentrar nos passos da cerimônia. Ou então, eu mesmo teria chorado alto. Foi um momento tão bonito e um privilégio batizar um crente norte-coreano nessas circunstâncias – contou.
No ranking atual dos países que mais perseguem cristãos por causa de sua fé, produzido pela Organização Portas Abertas (Open Doors), a Coreia da Norte é a primeira colocada, com nível de perseguição classificado como “extremo”. Já a China, ocupa atualmente a 23° posição, com nível de repressão definido como “muito alto”.