“No momento em que o meu corpo tocou o chão eu me arrependi completamente”, diz jovem que tentou o suícidio.

0
618
Foto: Reprodução

“Perto dos meus 12 anos eu já tinha alguma ideia de querer morrer, de que seria melhor se eu morresse”. O rapaz conta que a internet o influenciou e também, músicas pesadas. “Eu ouvia muito rock, rock pesado e eu ficava querendo até mesmo matar as pessoas”, conta.

A mãe ressalta que aconselhou o filho a ter ajuda médica. “Por ser cristã a gente não espera que vai chegar a esse ponto. A tristeza e angústia dele, a automutilação, a gente já havia conversado, tentando que ele aceitasse ajuda médica e ele não aceitava. Mas chegar a esse ponto de suicídio, realmente a gente não imaginou que fosse capaz”, disse.

“Eu comecei a me cortar um seis meses depois que completei 12. Eu realmente acho que me cortava para eliminar uma culpa de mim, sabe? Eu me castigar por estar fazendo isso comigo mesmo. É como se eu batesse em alguém pra ela bater em outra pessoa”, disse o jovem que não foi identificado.

“Eu comecei a me cortar um seis meses depois que completei 12. Eu realmente acho que me cortava para eliminar uma culpa de mim, sabe? Eu me castigar por estar fazendo isso comigo mesmo. É como se eu batesse em alguém pra ela bater em outra pessoa”, disse o jovem que não foi identificado.

Rebeca Louise Santos, terapeuta ocupacional alerta que a automutilação é mais recorrente nos adolescentes. “Eles fazem isso como uma forma de expressão dos sentimentos, expressão das suas angústias, como forma de pertencer a algum grupo que se identifique com aquele sofrimento junto com eles. Então, são várias nuances desse comportamento, mas geralmente é uma maneira de lidar com a própria angústia”.

Ela continua dizendo que a automutilação pode aparecer de várias formas, não apenas pelo corte. “Queimaduras, ingestão de medicamentos. O sinais são muitos variados, mas os que a gente mais vê na prática clínica mesmo é a questão dos adolescentes que geralmente cobrem muito as partes do corpo, usam blusas de frio o tempo inteiro para cobrir as partes do corpo que estão machucadas”.

“O isolamento social também é uma questão, um sintoma que a gente pode ver quando eles estão se automutilando. Um quadro depressivo, uma tristeza mais forte. Tem que manter uma observação maior do adolescente”, pontuou.

“No momento em que o meu corpo tocou o chão eu me arrependi completamente. Eu percebi que tudo era ilusionário”, disse o rapaz que se jogou de uma ponte. “Era como se satanás tivesse colocando a gente numa pérola para dizer que tudo é legal e divertido”.

A mãe conta como tudo aconteceu: “A gente estava dormindo, ele tinha fugido de casa e acordei com a polícia na minha porta, dizendo que tinha acontecido algo com ele e que ele estava sendo encaminhado pro hospital. Ele fraturou a coluna e ficou acamado durante uma semana, sem poder se mover. Não poderia fazer as necessidades dele, não podia tomar um banho”.

“A questão da gente ser cristão é que a gente vai num pastor e o pastor fala: ‘Vamos orar’. E as vezes tem que ter atitude, tem que ter ação”, disse a mãe. “A gente já vinha orando e buscando de Deus a direção, mas eu creio que Deus nunca perdeu o controle, sempre esteve no controle. Mas eu creio que a gente tem que falar mais sobre esse assunto. O cristão tem pouca informação sobre isso. O cristão fica no âmbito do espiritual, acha que tudo é espiritual e esquece das atitudes que a gente tem que ter no dia a dia”, comenta.

“Mesmo com todo cuidado que eu tive, se não fosse o Senhor, ele não estaria aqui. Eu glorifico a Deus o tempo todo pelo milagre de chegar a ele e falar: ‘Esse é o seu Deus’. E esse é um Deus maravilhoso que permitiu sim, mas permitiu conhecer que existe um Deus poderoso que é com ele, que é conosco”, concluiu.

 

Comentário


Warning: A non-numeric value encountered in /srv/app350.c63a7b26.configr.cloud/www/wp-content/themes/Newspaper/includes/wp_booster/td_block.php on line 353