No grito e na bola, um Diego mais capitão que nunca para ser dez vezes campeão no Flamengo

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A bronca em Gabigol na saída para o intervalo repercutiu e escancarou a voz de um Diego que se reinventou não somente dentro de campo para repetir um gesto que se tornou hábito com a camisa do Flamengo: levantar troféus. O do Carioca não veio com os “dez gols” que exigiu do atacante antes de fazer gracinha nos corredores do Maracanã, mas foi o décimo em uma trajetória que completa cinco anos em julho.

Adaptar-se a novas realidades virou rotina para o camisa 10. Da multidão do AeroFla no Santos Dumont, em 2016, ao Maracanã sem torcida do Fla-Flu de sábado, Diego deixou de ser o responsável por decidir partidas para correr pelos companheiros. Deixou de ser figura polida e comedida para gritar quando necessário. E deixou os questionamentos de outros tempos para ser figura central no Flamengo de Rogério Ceni.

O tri consecutivo garantiu o quarto título estadual de uma prateleira rubro-negra que conta ainda com dois Brasileirões, duas supercopas, uma Libertadores e uma Recopa. Qual o mais marcante? Diego deixa para responder essa pergunta lá na frente, quando a estante de troféus pelo Flamengo estiver finalizada: – É especial. Estamos aqui de passagem e é um orgulho, um privilégio vestir essa camisa. O momento de fazer o balanço é quando sairmos e vai estar tudo na prateleira. Aí, sim, vão poder dizer o que foi mais ou menos importante.

O flagra da cobrança a Gabriel na descida para o intervalo é passível de muitas interpretações. O que ficou evidente, por sua vez, é o respeito que os companheiros têm pelo capitão. Mesmo o camisa 9, estrela da companhia, até retrucou baixinho, mas aceitou a cobrança do camisa 10.

– A equipe tem uma mentalidade muito boa, do mais jovem ao mais experiente. O que procuro fazer é contribuir e servir da melhor forma pela posição que estou. Converso com o Gabi porque é muito importante para equipe, é fundamental, e o que puder passar para ele de positivo é importante. Foi o que aconteceu e saímos com o objetivo.

Em entrevista à FlaTV na ocasião dos 300 jogos, Willian Arão falou do exemplo que os jogadores mais experientes do elenco dão no dia a dia. Chegou a citar nominalmente Diego como um cara que se dedica mesmo com a idade avançada, fazendo com que os novatos façam o mesmo.

E a comemoração no gramado do Maracanã teve um espaço dedicado para a chamada “Geração 85”. Nascidos no mesmo ano, Diego, Filipe Luís e Diego Alves criaram o hábito de tirar fotos com os troféus e valorizar os momentos finais de suas trajetórias no futebol profissional.

Prestes a completar meia década de Flamengo, Diego é o terceiro jogador há mais tempo no elenco (atrás do próprio Arão e de Renê). Os dez títulos foram conquistados em 224 jogos e com 42 gols marcados.

Fonte: G1

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