No AM, mortes de idosos acima de 60 anos, por Covid, têm redução de 78% entre os meses de março e maio

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As mortes de idosos acima de 60 anos, por Covid-19, no Amazonas, tiveram redução de 78,90% entre os meses de março e maio. Os números são da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS-AM). Em março, foram registrados 583 óbitos e, em maio, 123.

No mês de março, dos 583 óbitos registrados, 158 ocorreram em pessoas de 80 anos ou mais; 157 mortes foram entre pessoas na faixa dos 70 anos; e 268 no público de 60 a 69 anos. Em maio, o número é menor. Entre os de 80 anos ou mais, foram 36 óbitos; na faixa dos 70, apenas 45 e entre os de 60 anos, 42 mortes.

O mês de janeiro foi descartado por ser considerado o pico da segunda onda pandemia do estado. Também foi descartado o mês de fevereiro, já que a vacinação contra a Covid-19 só começou a alcançar os idosos no final de janeiro.

Para o pesquisador e o epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, ainda não é possível cravar que a vacinação contra a Covid-19, iniciada no dia 19 de janeiro no Amazonas, é o principal fator responsável pela diminuição dos óbitos. Segundo ele, é preciso fazer um estudo aprofundado das pessoas acima de 60 anos que já tomaram as duas doses do imunizante.

“Essa diminuição do número de óbitos é esperada devido ao grande número de infectados e mortos que nós tivemos em janeiro e em fevereiro, mas certamente já tem algum efeito da vacinação. No entanto, não é muito grande. Só vamos conseguir mensurar esses efeitos depois que nós tivemos um dado consolidado de todas as pessoas maiores de 60 anos que cumpriram o prazo da segunda dose, depois dos 15 dias, e só aí podemos avaliar”, justificou.

Já o presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), doutor Renato Kfouri, acredita que essa redução de óbitos nessas faixas etárias, sentida não somente no Amazonas, mas no país inteiro, pode ser sim um reflexo do início do processo de imunização.

Mas ambos concordam que apesar das reduções é preciso entender que a pandemia ainda não acabou. Jesem acredita que nessa fase de relaxamento das medidas restritivas é necessário cuidado redobrado para que não surja um fator novo, como ocorreu em janeiro com a P1, e prejudique todo o processo vacinal já iniciado.

“Nós tivemos alguns meses seguidos no ano passado, como setembro, novembro, dezembro, com números bem parecidos como agora. Número de hospitalizações, de transmissão comunitária não tão altas, e aí apareceu um fato novo, que foi a variante P1, e que fez com que os esses números saíssem do controle. E estamos nessa situação na retomada da segunda onda, com índices altos e muito preocupantemente com números de óbitos aumentando suavemente nos últimos 30 dias”, afirmou.

Somente em Manaus, segundo o vacinômetro da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), até a terça-feira (22), mais de 175 mil pessoas com 60 anos ou mais já se vacinaram contra a Covid-19 em Manaus. O maior público foi o grupo de 60 a 64 anos, com 63.352 mil vacinados. Já o menor grupo alcançado o de pessoas entre 75 a 79 anos, que só teve 17 mil pessoas vacinadas.

Fonte: G1

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