Em seu texto, o teólogo alertou para real perigo de ser ministrado por um pastor incrédulo e destacou a incoerência existente no fato de um líder de uma igreja não crer em pontos básicos do cristianismo.
Logo no início de seu texto, Nicodemus separa a vocação espiritual da aptidão admnistrativa de um pastor.
“Crer naquilo que a Bíblia diz é um dom salvador de Deus. Aptidão para falar em público, não. Crer em Jesus Cristo como o Filho de Deus encarnado é obra salvadora da graça. Capacidade para administrar uma igreja, não”, destacou o pastor no início de seu texto. “Receber os relatos bíblicos em fé e viver por eles é resultado da operação salvadora do Espírito de Deus no coração. Capacidade para liderar um culto e dirigir uma liturgia, não. Fé nos relatos bíblicos de milagres é graça especial aos eleitos. Poder intelectual e acuidade mental, não”.
Apesar de parecer uma realidade bem distante para muitos cristãos, a existência de pastores incrédulos é um fato e, segundo Nicodemus, tem efeitos preocupantes sobre as igrejas lideradas por estes teólogos.
“É por isto que existem pastores e professores de teologia que são incrédulos. Pois para ser pastor e professor de teologia não é preciso fé. Tive um professor de teologia no mestrado que me confessou ter sido um agnóstico durante toda sua vida. Creu aos 65 anos de idade, durante uma enfermidade. Sua vida mudou”, contou.
“Pastores e professores de teologia que não têm fé têm que ter outra coisa: a habilidade de separar mentalmente o que ensinam domingo na sua igreja daquilo que realmente acreditam, quando estão a sós com seus livros”, explicou. “Se ensinarem na igreja o que realmente acreditam, dificilmente manterão seu emprego. Qual é a igreja que deseja ouvir um pastor que não crê nas Escrituras? As que quiseram, fecharam ou estão morrendo. As igrejas da Europa que o digam”.
Nicodemus ainda destacou que o maior problema de uma igreja liderada por um pastor incrédulo não está exatamente no conteúdo de seus mensagens, mas sim na ausência de pontos importantes nestas pregações.
“O problema com pastores incrédulos não é o que eles dizem, mas o que eles deixam de dizer, os temas que evitam, os assuntos que nunca mencionam, como a ressurreição de Cristo, a infalibilidade das Escrituras, a veracidade e confiabilidade da narrativa bíblica, o poder do Espírito para regenerar a natureza humana pecaminosa, a morte vicária de Cristo, a realidade da tentação e a necessidade de resisti-la”, alertou. “É assim que sobrevivem, evitando matérias de fé e pregando aquilo que um rabino, um mestre espírita ou líder muçulmano também pregaria, como a honestidade e o amor ao próximo, por exemplo”.
Finalizando sua reflexão, Nicodemus responde a uma importante pergunta relacionada ao texto.
“Alguém pode perguntar: ‘Por que alguém gostaria de ser pastor se não tem fé? Não tem uma maneira mais fácil dele ganhar dinheiro?’. Pois é, pior é que não tem”, disse.