A História
Na última segunda-feira (31), a dona de casa Débora Ferreira , de 40 anos, deu à luz ao seu sexto filho: um menino. O caso teve início por volta das 1h30 da madrugada, paciente sentiu as primeiras dores e foi levada pelo irmão, Robson Maciel, até a maternidade. Ao chegarem à unidade se depararam com a primeira falta de interesse o médico que estava de plantão disse que as dores eram “normais”, entretanto horas depois, a bolsa estourou.
O irmão de Débora disse que o médico os atendeu por volta de 2h15 e mandou que a gestante voltasse uma hora depois “A gente voltou pra casa, ela tomou um remédio, caso fosse só uma dor, mas as dores se agravaram. Conforme o tempo solicitado, retornamos para a maternidade. No meio do caminho, a bolsa estourou”, complementou Maciel.
Ao retornarem à unidade Débora foi levada até o consultório médico, onde informou que a gestante seria atendida apenas às 6h. O médico disse aos familiares que faltavam dois centímetros para terminar a dilatação, mas a família conta que quando a gestante saiu da sala do médico começaram os momentos de tortura. “Chamamos ele três vezes para socorrer minha irmã e ele dizendo que eram normais as contrações – que ainda não estava na hora, que era apenas 6h”, disse um dos familiares da grávida.
A família conta que após pedir ajuda por mais de meia hora, a grávida precisou deitar no chão e, ali mesmo, entrou em trabalho de parto.
“Chamamos e ninguém foi prestar socorro. Então minha irmã pediu para eu deitar ela no chão, sendo que ela já tinha perdido muito líquido, não estava mais aguentando e o bebê já ia nascer. A gritaria de outras mães chamou a atenção de um enfermeiro. Ele viu a situação e chamou um médico. Ele [médico] veio e fez somente a retirada do bebê. Colocou na barriga da mãe, cortou o cordão umbilical se retirou para chamar um maqueiro”, relatou Maciel.
A mãe recebeu alta, mas o bebê dela ainda passa por exames e não deixou o hospital.
“Estão suspeitando que a criança tenha Síndrome de Down. No pré-natal, a gente já estava ciente de que era uma gravidez de risco, pela idade avançada dela. Todo o pré-natal foi feito como uma gravidez de alto risco. Sobre o bebê, os médicos já fizeram vários exames, ela pede o resultado, mas ninguém dá resposta”.
Algo não estava bem
Como seu filho estava internado, a mãe continuou no hospital. No dia 3 de janeiro, Débora começou a passar mal com muita febre, sua tia Zenilda comunicou a equipe médica, que rapidamente receitou uma medicação e solicitaram um exame de sangue onde foi descoberto uma infecção, do “resto de parto”.
Foram quatro dias de espera até que ela fosse submetida à curetagem. Os médicos informaram a tia de Débora que se o remédio não fizesse efeito, iriam providenciar a cirurgia “ela não melhorou, era previsto para ela fazer [o procedimento] 7h nesta segunda. Ela [Débora] entrou na sala de cirurgia 10h. Agora, uma das filhas dela disse que ela passou mal de novo, vomitou várias vezes”, ressaltou Zenilda.
Somente às 22h desta segunda os familiares foram informados de que Débora seria transferida para um dos leitos da Maternidade Ana Braga. Depois de receber notícias da filha, Carmem Ferreira se preocupa com a recuperação. “Ela não está se sentindo bem. Ela disse que se sente muito desconfortável aí dentro. Já está com sete dias hoje e ela continua dentro de uma maternidade. Nem quem faz cesariana fica tanto tempo assim. Só sei que eu não vejo a hora da minha filha sair daqui”, comentou a avó do bebê.
Pronunciamento da Susam
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) confirmou que Débora Ferreira de Sena passou por um procedimento cirúrgico nesta segunda-feira (7). A pasta não informa, no entanto, o motivo pelo qual o procedimento foi realizado somente uma semana após o parto. Ainda de acordo com o comunicado, o recém-nascido apresenta bom estado de saúde e já recebeu alta.