A pequena Beatriz Trivelato, chamada de Bia, foi diagnosticada com três linfomas e permaneceu em tratamento no Hospital de Câncer de Barretos (SP).
Após um tempo de batalha, os médicos disseram a família que Bia estava curada.
“Foram três meses muito intensos, mas a Bia é muito iluminada e você não a via chorando. Ela sempre quis viver. Eu tive que aprender a ser forte para não chorar perto dela, para não sofrer perto dela. Quando ela fazia os exames e tinha que ficar o dia inteiro em jejum para esperar a vaga, eu ficava em jejum junto com ela. Eu busquei forças em Deus. Deus sustentou a gente”, afirma Cintia.
Em agosto de 2012, a família recebeu a notícia mais aguardada – Bia estava curada. “O baque foi tão forte que a minha ficha sobre tudo o que ela tinha passado só caiu uns 20 dias depois que eu soube”, diz a mãe.
Durante os meses de tratamento, Bia viu outras crianças com situações parecidas com a dela e despertou um desejo de ajudar. Mobilizou os pais e amigos em uma ação solidária: arrecadar leite para crianças que estão internadas, situação que ela conhece bem.
“Quando eu tinha câncer faziam leite para mim no hospital e eu gostava muito de beber leite. Então eu resolvi doar o leite para as outras crianças que ainda estão lá”, diz a pequena.
Prestes a completar 9 anos, Bia pediu leite de presente ao invés de brinquedos e roupas no aniversário. As pessoas abraçaram a causa e se sensibilizaram fazendo as doações.
“Começamos a divulgar nas escolas e a campanha foi crescendo de uma forma que a gente jamais imaginou. Todo mundo começou a compartilhar, cantores começaram a gravar vídeos pedindo doação. Teve gente do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, gente que conheceu pela internet e quis participar”, afirma Cintia.
Os preparativos para reunir todas as doações no dia 6 de maio, data da festa de aniversário, começaram pela escolha do tema. “Mulher maravilha porque ela é a maior guerreira. Ela ajuda as pessoas e eu também vou ajudar”, explica a menina.