Após uma queda nos investimentos para medalhistas das Olimpíadas, os atletas premiados têm vivido com medo de perder tudo. Arthur Zanetti, medalhista de prata na última edição dos Jogos Olímpicos, que tinha dez colaboradores, possui somente três: Bolsa Pódio, Força Aérea Brasileira e Adidas.
O temor de ficar sem patrocínio também assombra Poliana Okimoto, a primeira mulher a conquistar uma medalha em esportes aquáticos com o bronze na maratona aquática. Ela tem se mantido com os próprios recursos. Mesmo em época de crise, ela ainda mantém o bom humor diante da situação, “Ainda bem que meu marido (Ricardo Cintra) é meu técnico. Assim, ele trabalha de graça”, brincou.
A maior causa da redução dos repasses para os atletas é que a arrecadação vem diminuindo, o que dificulta o processo de pagamento dos atletas. O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB) cancelou um edital que repassaria R$ 150 milhões para programas de apoio a atletas após os Jogos Olímpicos. “Não houve redução de investimento e sim o cancelamento de um edital, cujos critérios eram desconhecidos pela nova gestão que acabara de entrar. O apoio não vai cessar, porém será embasado em critérios melhor estruturados”, esclareceu.
Das 19 medalhas conquistadas pelo Brasil nas Olimpíadas, apenas o ouro do futebol masculino não contou com atletas que tem o apoio de programas de bolsas. Também seis meses depois da edição dos Jogos no Rio de Janeiro, as arenas se encontram abandonadas e em estado de degradação.