A médica infectologista Luana Araújo, que trabalhou informalmente na Secretaria de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, defendeu fortemente o estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Amazonas, liderado pelo pesquisador Marcus Lacerda, e que é classificado como “criminoso” em todas as sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid pelo senador gaúcho Luiz Carlos Heinze (PP-RS).
O estudo da Fiocruz Amazonas foi o primeiro que provou a ineficácia do uso de cloroquina no combate à Covid, mas é usado pelos governistas da CPI, principalmente Heinze, para criticar quem é contra o uso do tratamento precoce porque registrou a morte de 22 pessoas.
“Não conheço o professor Lacerda, mas o artigo publicado por ele precisa ser lido com muito critério, pois nenhum dos pacientes mortos foi por causa da cloroquina e isso está comprovado pela Conep”, afirmou a médica, referindo-se à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, o órgão que regula e fiscaliza a realização de pesquisas científicas no país e deu aval aos procedimentos e resultados da pesquisa amazonense.
Luana Araújo também esclareceu que as dosagens usadas no estudo liderado por Marcus Lacerda eram compatíveis com o que foi usado em outros países, como a China, que estavam na liderança da pesquisa à época.
Apesar de alertado pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD), sobre a qualidade dos profissionais e dos institutos de pesquisa do Amazonas, Heinze insistiu em mentir ao atribuir o número de mortes registradas no estudo a superdosagens de cloroquina em pacientes graves.
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Texto: Gerson Severo Dantas