Liberto pelo evangelho, ex-usuário de crack abre clínica para viciados

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Foto: Reprodução\Internet

O funcionário público Altair Araújo de Macedo, atualmente, lidera um grupo de apoio para pessoas com vício das drogas no Rio Grande do Norte.

“Minha história nas drogas começou com 10 anos de idade, quando os meus pais se separaram. Aí fomos morar em Natal, na casa da minha tia, que era nada menos que uma das piores traficantes ali de Cidade Nova. Ela fumava aquelas drogas, maconha, e jogava as ‘piúbas’ fora, e eu, uma criança inocente, ia lá e começava a fumar. Quando minha mãe percebeu eu estava viciado”, lembra Altair.

Macedo acabou entrando para o mundo do crime e passou a traficar. Também foi apontado como suspeito de um assassinato, mas o crime que nunca foi provado.

“Eu era conhecido como Altair, o Lampião do Carrasco. Eu gostava de andar com um facão e uma faca de doze, naquela época ninguém tinha um .38. No ano de 1995, vários colegas meus morreram. Depois fui morar ali no bairro da Primavera, e foi quando eu conheci o crack”, explica.

Sobre essa época ele relata: “Muitas vezes eu ficava dias e noites, até quatro dias aqui dentro, o que tinha era só um papelão, uma garrafa de água e drogas, maconha. Muito, muito ruim mesmo. Porque foi aqui que eu conheci verdadeiramente o crack. O final de todos que conhecem essa droga é uma ruína dessa. Tento esquecer, mas muitas vezes falo como testemunha, para edificar outras vidas”.

Macedo quase morreu de overdose, mas infelizmente sua primeira esposa morreu de AVC e seus filhos se afastaram, deixando Macedo no ‘fundo do poço’. Ele conseguiu se libertar após conhecer uma igreja evangélica.

O ex-dependente químico encontrou sua atual esposa, Silvina Paulítia, nessa mesma igreja.  Hoje eles têm uma filha pequena. Atualmente ele lidera uma casa de apoio para dependentes químicos, chamada ‘Renascer’, montada por ele mesmo.

Franklin, um dos homens que frequentam o grupo, diz que Altair “apareceu no momento certo”. Para ele, só é possível sair das drogas quando se tem apoio. “Nós estávamos realmente fora da sociedade, que olha para nós como lixo”, desabafa.

Embora encontre dificuldades para manter a obra aberta, ele acredita que tem uma missão divina. “Isso aqui é um sonho imenso que Deus realizou e eu não tenho nem como explicar”, sublinha. “É muito difícil para nós, precisamos de ajuda das pessoas, mas assim como Deus nos ajuda sempre com um pouquinho daqui, com um pouquinho dacolá, nós vamos mantendo a obra do Senhor aberta”, comemora.

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