A Justiça do Espirito Santo expediu, na madrugada da última quinta-feira (8), um alvará de soltura para a pastora Juliana Salles. Ela estava presa desde o dia 20 de junho no Centro Prisional Feminino de Cariacica, acusada de participar do assassinato de seus dois filhos, Kauã e Joaquim. Georgeval Alves, que é pastor e pai do Joaquim, continua preso no Centro de Detenção Provisória de Viana por ser acusado do crime.
Um protesto foi feito pelo pai e a avó de Kauã, no centro da capital Vitória, logo após a decisão da justiça, que resultou na soltura da pastora Juliana.
“Nosso protesto é pela indignação e revolta pela Juliana ter sido solta depois do próprio juiz declarar que ela se uniu com Georgeval para ceifar a vida das crianças e aumentar a arrecadação de fiéis. O juiz ainda declara que ela foi omissa pela morte das crianças e os abusos”, disse Rainy Butkovsky, pai de Kauã, uma das vítimas do incêndio.
O caso, que segue em segredo de justiça, tem como responsável do caso o juiz André Bijos Dadalto, da primeira Vara Criminal de Linhares.
A pastora Juliana estava presa em uma outra penitenciaria que fica no município de Teófilo Otoni, Minas Gerais, antes de ser remanejada para Cariacica, Espirito Santo.
O Ministério Público denunciou a pastora para a Justiça, sob a acusação de ser a co-autora do crime, pois ela sabia que os meninos estavam sendo agredidos pelo pastor Georgeval, seu marido, assumindo assim o risco de deixa-lo a sós com as crianças.
Segundo a advogado criminalista Andre Marchiori Polido:
“A soltura dela envolve questões previstas no nosso ordenamento jurídico. Era uma prisão cautelar, em que a finalidade é criar uma barreira de proteção para evitar fraude processual, preservar a investigação, evitar a fuga do investigado e preservar vítimas”, explicou.
E ainda de acordo com o advogado, a soltura da pastora Juliana não significa que ela não vai mais responder pelos crimes que foi acusada.
“A prisão cautelar deve durar enquanto o caso é investigado e foi constatado que não haviam mais requisitos para manter essa prisão, uma vez que já foi oferecida a denúncia e o caso já está na esfera criminal. Não significa que o processo não vai continuar, no processo penal vai prosseguir, mas ela vai responder em liberdade”, explica o advogado.
O Andre Marchiori explica que o juiz deverá analisar a investigação pois alguns indícios são apontados para Juliana de que ela participou do crime, depois da análise o juiz decidirá se ela é culpada ou inocente.
Resumo do caso
Os meninos foram mortos em um incêndio no dia 21 de abril, em Linhares, Espirito Santos. O pastor Georgeval, que era pai de Joaquim e padrasto de Kauã, foi acusado de estuprar, agredir e queimar as crianças. Já a pastora Juliana, sua esposa, foi presa porque estava sendo conivente, e sabia do sofrimento que as crianças estavam passando, segundo o juiz.
As acusações que pesam para o casal é de homicídio qualificado, estupro de vulneráveis e fraude processual. O pastor tem mais um agravante, ele responde por tortura.
Via O Fuxico Gospel.