Jornalista da Globo diz que devoção a Deus é “estratégia perversa” de Bolsonaro

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Foto: Reprodução/ Internet

Após a demissão do ex-secretário da Cultura Roberto Alvim, que usou discurso do ministro da Propaganda nazista, a jornalista Miriam Leitão, da Globo, escreveu um artigo em sua coluna criticando o governo Bolsonaro.

No artigo, Miriam sugere que apesar da queda do ministro, “o projeto que ele estava colocando em prática permanece e não era só dele”, fazendo em seguida críticas ao governo e ao presidente da República.

Ao falar sobre a demissão do ex-secretário, a jornalista diz que isso “não elimina as muitas dúvidas que nos rondam” e questiona o governo pelo fato de o então secretário ter se sentido “à vontade para fazer a evocação de um notório genocida”.

“O que quer um governo em que um secretário se sente à vontade para fazer a evocação de um notório genocida? E isso logo depois de ser coberto de elogios pelo presidente da República”, criticou.

Miriam então destaca a fala de Bolsonaro e afirma que ele estava com “os dois braços de qualquer projeto totalitário”. Se referindo ao ex-secretário da Cultura e ao Ministro da Educação, Abraham Weintraub.

“A transmissão inteira da quinta-feira à noite com Weintraub e Alvim foi deprimente”, escreve. “O ministro da Educação defendeu, sendo ecoado pelo presidente, as escolas cívico-militares como se fossem a única e milagrosa solução para todos os complexos problemas da educação brasileira”, continuou.

Em outro trecho do artigo, Miriam Leitão volta a equiparar o governo Bolsonaro com o de Hitler, da Alemanha no período nazista, afirmando “o ex-secretário fez um movimento recorrente neste governo” e em seguida faz críticas ao uso da família, do amor à pátria e da devoção a Deus.

“Como se Deus, a família, e o país fossem monopólios do atual governo e só agora estivessem sendo defendidos. Esta é a estratégia mais perversa para falar com uma parte grande da população, capturar evangélicos, manipular as pessoas como se esse governo fosse a encarnação dos valores do Cristianismo”, atacou.

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