Empresários afirmam que imóveis e bens duráveis como os aparelhos eletroeletrônicos tendem a encarecer em média 10% nos próximos meses. Isto porque, segundo eles, num efeito ‘dominó’, cadeias produtivas dos segmentos da construção civil e da indústria de materiais eletroeletrônicos e eletrodomésticos, sentem os reflexos da elevação de preços de insumos essenciais à produção, como o aço.
Somado ao aumento nos custos de energia elétrica e combustíveis, a previsão é de que a conta fique maior no bolso do consumidor.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Frank Souza, comentou que a atual conjuntura econômica, agravada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, resulta em reajustes que pressionam o setor da construção civil. Ele relata que dois insumos considerados fundamentais para o segmento, que são o cimento e o aço, tiveram os preços elevados recentemente.
Por outro lado, insumos derivados do petróleo como o PVC (Policloreto de Vinila) também tendem a ser fornecidos por valores mais elevados.
“O pacote de cimento teve aumento de R$ 2. O aço deverá subir 20% segundo anúncios feitos pelas siderúrgicas. Esse dois materiais puxam os custos por serem de elevada composição nas construções. As planilhas de composições de preços para imóveis novos e para obras públicas vão aumentar porque os preços componentes elevaram. Estimamos alta entre 8% e 10% nos preços na linha imobiliária”, disse Souza.
Eletroeletrônicos até 12% mais caros
De acordo com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, o reajuste nos preços dos produtos finais do segmento estão estimados entre 7% e 12%.
Nascimento explica que a indústria de eletroeletrônicos e eletrodomésticos concentra esforços, desde o início da pandemia, para absorver, dentro do que é viável à manutenção da operacionalidade das empresas, os impactos dos custos nos insumos mais importantes para a produção, em especial o aço e o plástico.
“Entretanto, com aumento significativo dos preços dos insumos nacionais, energia elétrica, elevada variação cambial do dólar entre outros, desde o segundo semestre de 2021 tem sido inevitável a interferência destas despesas nos preços finais de nossos produtos. O cenário macroeconômico desfavorável, com inflação acima da média prevista e Real desvalorizado, também contribui para manutenção deste cenário neste primeiro trimestre de 2022”, disse o presidente da Eletros.
De acordo com o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, o repasse dos aumentos ao produto final ocorre conforme a reposição dos estoques.
“O reflexo no preço do produto final ocorre a partir do momento em que as empresas adquirem insumos com majoração de preços. Depende muito dos estoques de cada empresa e da reposição de insumos”, disse.
Texto: Priscila Caldas