A Nicarágua está vivendo a maior crise política desde a Revolução Sandinista, em 1979. Mais de 350 pessoas foram mortas nos últimos três meses em manifestações contra o governo de Daniel Ortega.
“Nós tememos que a guerra possa irromper a qualquer momento e isso traria muito sofrimento. Por favor, orem por nós”, pediu um pastor evangélico nicaraguense, que não teve a identidade revelada pela CBN News, por motivo de segurança.
“Eu moro em um bairro onde a polícia e outras forças estão indo de porta em porta e prendendo jovens. Há tantas pessoas desaparecidas que tememos que possam estar mortas”, disse o pastor.
A maioria dos nicaraguenses fazem parte da Igreja Católica Romana, enquanto 15% da população é evangélica. Quando os protestos tiveram início, o presidente contatou os bispos da igreja católica, a quem chamou de golpistas recentemente, para tentar acalmar os ânimos.
“Vários bispos tiveram um papel fundamental nos primeiros dias do conflito, atuando como mediadores entre o governo e as forças da oposição”, disse o pastor. “Os bispos desempenharam um papel vital na tentativa de trazer a calma para a situação”.
Os evangélicos, por outro lado, adotaram uma abordagem diferente diante da crise. “Muitas igrejas evangélicas estavam relutantes em assumir um papel político tão ativo e, em vez disso, oraram e jejuaram nos bastidores. As igrejas também distribuíram comida, água e aconselharam as famílias que foram afetadas pela violência”, ele relata.