O Correio Braziliense anunciou, neste domingo (23), por meio de relatório divulgado pela Fundação de Defesa da Democracia (FDD), que o Primeiro Comando da Capital (PCC) expandiu suas fronteiras comerciais com o Hezbollah, uma organização paramilitar do Líbano.
A organização se localiza a mais de 10.000km do Brasil, em Beirute. As negociações e movimentações financeiras, que ocorrem por meio das fronteiras, envolvem tráfico de drogas e armas, contrabando de produtos e sonegação de impostos.
De acordo com o relatório do FDD, a parceria surgiu para elevar o poder financeiro do PCC. Drogas são compradas em países como Paraguai e Colômbia e, em seguida, repassadas ao grupo libanês.
Ainda, segundo a organização norte-americana, o preço das drogas psicoativos é baixo nos países sul-americanos que comercializam com o PCC. E, do Brasil, o preço é elevado para o comércio do Líbano. A atuação central da organização criminosa nacional, segundo eles, é no contrabando de cigarros.
A vantagem que o PCC encontra no Brasil é a sua grande territorialidade. A faixa de fronteira do Brasil abrange 10 países e mais de 15 mil quilômetros carentes de uma infraestrutura maior e de vigilância. Assim, produtos ilegais são transportados com facilidade.
A maior fragilidade se dá no estado de Mato Grosso do Sul, estratégico por sua ligação com o Paraguai e sua proximidade de estados como São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Paraná. O orçamento anual do PCC é de cerca de 20 milhões de reais.
“O PCC já é um grupo criminoso internacional. Ele tem escritório no Paraguai para o transporte de drogas e armas, e na Bolívia, onde os entorpecentes são comprados. Tem algumas ligações no Peru, na Colômbia. Muitas vezes, eles podem fazer esse transporte de mercadoria para a Europa e para o Oriente Médio. Já sabemos que ocorre há algum tempo”, disse o cientista político Guarcacy Minguardi.
Informações: Gospel Prime