Gripe: por que é tão importante se vacinar todos os anos?

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Todos os anos nos deparamos com a tradicional campanha de vacinação contra a gripe. Mas se já nos vacinamos no ano anterior, é necessário vacinar em 2020 também? Segundo a Dra. Bárbara Furtado, gerente médica de vacinas da GSK, sim, a população deve se vacinar anualmente e essa é a forma de prevenção mais efetiva contra a doença.1

“Os vírus influenza, causadores da gripe, sofrem muitas mutações de um ano para o outro, e os vírus que circularam ano passado não necessariamente serão os mesmos deste ano. Essas alterações são suficientes para que o sistema imune não reconheça mais aquela cepa viral, deixando a pessoa mais suscetível à doença. Por isso, novas vacinas precisam ser produzidas anualmente e a composição delas é definida pela Organização Mundial de Saúde”, explica Dra. Bárbara.

A gripe é causada, principalmente, por quatro tipos do vírus influenza: duas cepas A (H1N1 e H3N2) e duas linhagens B (Yamagata e Victoria).Para esse ano de 2020, a OMS anunciou que houve modificação em três cepas em relação à vacina do ano passado: nas duas cepas A e uma da linhagem B.

“Há muitos anos não vemos tantas mudanças nas cepas das vacinas. Nesse ano, as vacinas estão com três cepas alteradas e isso reforça ainda mais a importância da vacinação anual, pois a vacina que a população tomou em 2019 não é a mesma deste ano. A vacina tetravalente, disponível na rede privada, terá as três cepas alteradas mais uma cepa da linhagem B, garantindo assim uma proteção mais ampla, em comparação à vacina trivalente”, conta Dra. Bárbara.

A vacina tetravalente contra influenza, a Fluarix Tetra, da GSK, está disponível na rede privada para indivíduos a partir de 6 meses de idade.

Já a vacina trivalente é fornecida gratuitamente pelo Ministério da Saúde nos postos de saúde apenas para a vacinação da população alvo: indivíduos com 60 anos ou mais; adultos entre 55 e 59 anos; crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade; gestantes; mulheres até 45 dias após o parto; profissionais da saúde; professores de escolas públicas e privadas; povos indígenas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; forças de segurança e salvamento; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; e funcionários do sistema prisional.

Estudos demonstram que a imunização contra a gripe pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por gripe. “Além disso, é importante frisar que os vírus presentes nas vacinas contra a gripe não estão ativos, isso significa que eles não estão vivos e não conseguem deixar as pessoas doentes”, explica Dr. Bárbara.

Coronavírus x Gripe

Segundo o Ministério da Saúde, no início da doença, não existe diferença quanto aos sinais e sintomas de uma infecção pelo coronavírus em comparação com os demais vírus respiratórios, como o da gripe. “Por isso, é importante ficar atento às áreas de transmissão local, evitar viajar para os países com casos suspeitos e, caso apresentem febre e sintomas respiratórios, devem procurar um atendimento médico”, alerta Dra. Bárbara.

Uma das medidas do Ministério da Saúde contra a doença foi a antecipação da campanha de vacinação da gripe para o dia 23 de março. “Essa decisão visa auxiliar os profissionais de saúde a descartarem os casos graves de influenza na triagem e acelerarem o diagnóstico para o coronavírus. Com isso, é muito importante todas as pessoas se vacinarem”, conta Dra. Bárbara.

 

Diferença entre Gripe e Resfriado

A gripe (influenza) é uma infecção viral respiratória aguda e altamente contagiosa, sendo mais grave do que um resfriado comum, podendo levar a complicações médicas sérias. A doença pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade, sendo facilmente transmitida através da tosse, espirro e contato próximo com uma pessoa ou superfície contaminada. Os sintomas da gripe podem incluir febre alta ou sensação de febre/calafrios, tosse, dor de garganta, nariz entupido, dores musculares ou corporais, dores de cabeça, fadiga (cansaço), sendo uma doença potencialmente fatal.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ocorrência de casos da influenza pode variar de leve a grave e até levar a óbito. Hospitalizações e óbitos ocorrem principalmente entre os grupos de alto risco – que são crianças menores de 5 anos, gestantes, portadores de doenças crônicas e idosos. Em todo o mundo, estima-se que epidemias anuais resultem em cerca de 3 a 5 milhões de casos de doença grave e cerca de 290 mil a 650 mil óbitos.

 

Casos no Brasil em 2019

No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, o número total de casos confirmados de influenza até o início de dezembro de 2019 foi de 5.714, sendo pacientes com uma mediana de idade de 37 anos – faixa etária que normalmente não é contemplada pela vacina oferecida no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A região sudeste registrou o maior número de casos de influenza com 40,7% dos registros. Já o número de óbitos notificados foi de 1.109, sendo o estado de São Paulo com o maior número de mortes com 24,6% em relação ao restante do país.

“A gripe é uma doença de fácil transmissão e que pode levar a sérias complicações médicas, por isso é imprescindível a conscientização da população sobre a importância da vacinação todos os anos. As pessoas devem checar se fazem parte dos grupos de risco que podem se vacinar nos postos de saúde. Caso contrário, devem procurar, sempre que possível, as vacinas na rede privada, alerta a Dra. Bárbara Furtado.

Além da vacinação, outras formas de prevenção contra a gripe incluem lavar as mãos e manter bons hábitos de higiene, como cobrir a boca e o nariz quando for tossir ou espirrar.

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