Após terem advertido jornalistas e líderes cristãos a pararem de falar sobre a intolerância religiosa na Nigéria, o governo ordenou, nesta semana, o cancelamento de um dia de oração e de luto nacional em apoio às famílias que perderam seus entes queridos em razão da perseguição.
Líderes cristãos do país disseram que o Dia de Oração e Luto, planejado para acontecer em igrejas de todo o país e no exterior no ultimo domingo (19), em memória de cristãos mortos por pastores Fulani muçulmanos [grupo islâmico extremista do país] e outros, como o Boko Haram, foi suspenso por ordens do governo nigeriano e agências de segurança.
Os líderes das igrejas disseram que foram pressionados e até ameaçados pelas autoridades governamentais e funcionários de segurança, que exigiram o cancelamento do evento, porque os cultos violariam a segurança nacional.
As agências de segurança e o governo nigeriano recentemente ameaçaram os líderes cristãos que se manifestaram contra ataques incessantes em comunidades cristãs em estados centrais, como Benue, Plateau, Kaduna, Nasarawa e Níger.
No início deste mês, o presidente da CAN, Samson Olasupo Ayokunle, disse ao Comitê Executivo Nacional da Organização que o fracasso das agências de segurança em prender e acusar os autores dos ataques no sul de Kaduna permitem que a crise continue. Ele denunciou que os assassinatos continuaram, apesar da presença da polícia e de outras agências de segurança na área.