Fundador do Eu Escolhi Esperar, Nelson Junior, de 43 anos abriu mão do título de pastor porque, há anos, já não fala apenas com o público evangélico. Desde 2011, ele e a mulher Ângela Cristina, estão à frente do projeto que usa as redes sociais para pregar aos jovens cristãos a principal bandeira do casal: sexo só depois do casamento. No Governo Bolsonaro, a pauta vive a expectativa de virar politica pública.
O Eu Escolhi esperar começou como campanha pela internet, acabou viralizando e virou movimento. Hoje, a julgar pelas mensagens. Só no Facebook, são 3,2 milhões. Já no YouTube, o canal reune mais de 1 milhão de seguidores interessados em acompanhar o casal falando sobre relacionamentos, virgindade e religião.
Fora das redes-sociais, o hoje ex-pastor mantém o Instituto Eu Escolhi Esperar (EEE), que desenvolve acoes para incluir a pauta da abstinência na agenda da educação sexual. Com eventos em todo o país, agenda costuma ser abarrotada.
Veja entrevista Nelson Junior ao Jornal Estadão.
Quais tabus o sr. percebe na fala de especialistas? Que é um retrocesso, que é ultrapassado, que não funciona. Que todos os adolescentes transam. Isso não é uma verdade.
Precisamos entrar na fase do amadurecimento do debate e superar as visões pessoais. Neste momento, o debate está aquecido e por isso decidi abrir uma linha de diálogo.
Vamos conversar! Mostrar os dados, o que a ciência fala a respeito e sobre a Constituição. Todas essas objeções são válidas, porém precisam ouvir o que nós temos a provar.
Como tratar do tema da abstinência sexual fora do contexto da religião? É possível. Dá para desenvolver um trabalho mostrando ao adolescente, principalmente entre 12 e 14 anos, que esperar também é uma escolha. Que é saudável, não há anormalidade.
O @institutoeee, como organização da sociedade civil, defende a educação sexual abrangente para os adolescentes. Temos uma comissão científica formada por médicos e pedagogos com as comprovações científicas.
Quanto à gravidez precoce e ISTs, os melhores resultados são quando a abstinência sexual está somada a todos os outros métodos contraceptivos existentes.
Quando especialistas declaram que não funciona eles se baseiam em estudos científicos realizados APENAS em lugares que trabalham SOMENTE com a abstinência sexual.
Políticas públicas só de abstinência sexual, não funcionam. Por outro lado, excluir a abstinência sexual, que é o que os especialistas querem, também não funciona. Os índices do Brasil são as maiores provas disso. A defesa que eu faço é de pluralidade: os diferentes métodos juntos proporcionam os melhores resultados.