O historiador e filósofo Leandro Karnal tem quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais. Além de professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), escreve livros e artigos para jornais e revistas.
Seu novo livro, “Pecar e perdoar” é o relançamento da obra escrita em 2014, onde ele tenta usar a Bíblia como fio condutor de uma reflexão sobre o julgamento. Curiosamente, Karnal é ateu e ativista do ceticismo humanista.
Em entrevista, ele defendeu que “De longe o demônio é o anjo mais interessante”. Para ele, “o demônio, o erro e o desvio são muito mais sedutores… Nós gostamos dos rebeldes. Nós gostamos de quem quebra a regra”. Reconhece ainda que “Nós temos uma sedução profunda pelo mal”.
No livro, a exemplo do que faz palestras pelo País, apresenta uma análise positiva sobre Lúcifer, afirmando que vivemos “tempos luciferinos”. O filósofo travestido de teólogo insiste que o Diabo “ é o primeiro empreendedor de todos os tempos porque saiu da caixinha… Sem a infração de Lúcifer, assim como a de Adão e Eva, não haveria História. O mundo seria perfeito, com anjos no paraíso”.
Ele ensina também: “O que criou a História do mundo foi a rebeldia, as quebras do padrão e das estruturas. Todas as vanguardas, sem exceção, são assim”.
Na obra, onde ele faz extensivas menções à Bíblia, sublinha: “deveríamos reconhecer que somos filhos de Deus e do Diabo”. Em outro momento diz que Deus o Diabo são “duas facetas da mesma moeda”.
As posições políticas esquerdistas de Karnal são conhecidas. Mas ele parece estar muito interessado ultimamente falar sobre teologia, embora não creia na Bíblia. Ex-católico e jesuíta, ele afirmou na televisãono ano passado que “eu não tenho fé e não acredito na existência de uma entidade [Deus]”.