O casal Fadia e Rafi Eskeif vivenciaram momentos difíceis quando estiveram na Síria, em meio à guerra. Nesta semana o casal recebeu bíblias árabe-inglesas em Sidney, capital da Austrália, como forma de presente.
As Bíblias foram distribuídas para refugiados recém-chegados da Síria e do Iraque através da ‘Anglicare’ e da Sociedade Bíblica da Austrália.
Para Fadia e sua família, a Bíblia foi onde eles encontram refúgio e salvação, quando eles foram ameaçados por terroristas ligados ao Estado Islâmico, em sua cidade natal de Aleppo.
“A Bíblia significa muito para nós”, disse Fadia, depois de receber sua Bíblia bilíngue em uma Igreja Anglicana de Bankstown, no sudoeste de Sydney.
A mulher falou sobre os momentos de horror em que a relação dela e de sua família com a Bíblia se fortaleceu ainda mais.
“Quando estávamos em Aleppo, uma organização chamada ‘Friends of Daesh’ [um braço do Estado Islâmico] chegou ao nosso prédio no início de uma manhã. Eles estavam exatamente fora da nossa porta – meu marido podia vê-los pelo olho mágico na porta. Então, enquanto pudemos ouvi-los, quando começaram a atirar para o alto e gritar: ‘Cristãos, nós vamos matar vocês!”, relatou ela.
Quando Fadia terminou de relatar sobre a cena terrível, ela começou a chorar, depois de esfregar os olhos, ela continuou a contar sua história com uma voz embargada.
“Nós estávamos dentro de casa, com meu filho, Majd, e nós conseguíamos ouvir tudo isso acontecendo. Tudo o que tínhamos ali conosco era a palavra de Deus, então nos ajoelhamos, oramos e começamos a ler a Bíblia por cerca de oito horas, ou talvez até mais… umas dez horas. Eu estava orando: ‘Senhor, simplesmente os tire daqui para que possamos escapar’, e Jesus nos ouviu e eles saíram da nossa porta da frente para subir ao telhado do nosso prédio”, acrescentou.
“Ainda não podíamos sair daquela maneira, porque os terroristas estavam pelo prédio e eu continuava orando: ‘Senhor, não apenas os mova para o telhado, mas os retire de todo o local para que possamos fugir”, contou.
Fadia diz que a maioria das famílias em seu prédio acharam tudo que estava acontecendo naquele momento estava errado e que tinham deixado o local no dia anterior, mas eles e outra família cristã acabaram ficando presos ali.
“Então, enquanto eles estavam no telhado eu consegui correr para o nosso vizinho, outra família cristã, e conseguimos nos consolar”, explicou.
Finalmente, o exército sírio chegou e começou a expulsar os terroristas, permitindo que a família de Fadia fugisse para a casa de seus pais em uma parte diferente da cidade.
Fadia tem certeza de que Jesus protegeu sua família do pior naquele dia.
“Parece que o sangue de Jesus estava à nossa porta. Os terroristas estavam exatamente do lado de fora da nossa porta e eles nem sequer bateram ou tentaram invadir a nossa casa. Eles ficaram na nossa porta das 4h às 6h. Mas havia proteção em nossa casa”, destacou.
Desde esse momento de tensão em 2012, Fadia e sua família ficaram muito receosos em voltar para casa. Eles fugiram para o Líbano, onde viveram e trabalharam por três anos, Fadia em uma loja de roupas e Rafi como lapidador de diamantes para joias. Cerca de dez meses atrás, eles migraram para a Austrália, pelo programa humanitário especial para refugiados sírios e iraquianos deslocados pela guerra. Mas ainda aprendendo a falar inglês e desempregados, eles estão lutando para se estabelecer.
“Nós nos sentimos seguros aqui, mas estamos lutando com o aprendizado da língua e a procura de trabalho. Isso realmente está nos deixando preocupados”, diz Fadia.
No entanto, seu filho de 17 anos, Majd, ama a Austrália e quer se tornar um policial assim que estiver falando inglês suficientemente bem.
“Eu amo esse país, esse era o meu sonho quando tinha quatro anos de idade. Eu disse que queria viver na Austrália e Jesus me trouxe para cá. Eu tenho que agradecer a Jesus”, afirmou o rapaz.