Figura ativa nas redes sociais, padre Fábio de Melo está sendo cobrado após demonstrar solidariedade ao arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira Corrêa, acusado por quatro ex-seminaristas de abuso sexual. O caso é alvo de inquérito aberto pela Polícia Civil a pedido do MP-PA (Ministério Público do Pará) e também é investigado pelo Vaticano, segundo o o “Fantástico”, da TV Globo.
“Dom Alberto já me amparou muitas vezes. Eu gostaria que as minhas orações e o meu carinho fizessem o mesmo por ele neste momento”, disse Fábio de Melo em vídeo reproduzido durante o “Fantástico”.
Nas redes sociais, porém, muita gente não gostou de vê-lo apoiar o arcebispo. “A Igreja Católica continua fazendo o que sempre fez: acobertar seus assediadores e desamparar crianças e adolescentes vítimas dessa podridão!”, escreveu um perfil, que também fez críticas a padre Marcelo Rossi, citado pela reportagem.
“Marcelo Rossi e Fábio de Melo prestando solidariedade a Dom Alberto e em nenhum momento se prestam a ver a dor das vítimas. A Igreja Católica continua fazendo o q sempre fez: acobertar seus assediadores e desamparar crianças e adolescentes vítimas dessa podridão! #Fantastico”, escreveu um internauta.
“Padre Fábio de Melo e Padre Marcelo Rossi dando apoio pro bispo abusador. Tá vendo por que que padre não tem que ser famoso? Tudo farinha do mesmo saco”, analisou uma outra seguidora.
Ao “Fantástico”, as supostas vítimas relataram que a casa onde vive Dom Alberto foi o lugar onde passaram seus piores dias. O arcebispo costumava convidar os seminaristas para visitá-lo — e os jovens, impressionados, se sentiam privilegiados pela oportunidade. Mas foi ali que os abusos teriam acontecido.
As histórias dos quatro jovens são muito parecidas: todos dizem ter de 15 a 18 anos quando sofreram os abusos, entre 2010 e 2014. Parte dessas acusações já havia sido publicada pelo jornal El País em dezembro, mas o “Fantástico” foi além, trazendo o conteúdo completo das denúncias.
Os ex-seminaristas procuraram a Polícia Civil e o MP-PA em agosto do ano passado. Em nota ao “Fantástico”, o MP disse ter recebido as denúncias e encaminhado à polícia, que confirma ter instaurado inquérito para investigar o caso. Como o processo corre em sigilo, ninguém pôde dar entrevistas.
Dom Alberto chegou a publicar um vídeo para se defender do que chama de “falsas acusações de imoralidade”, mas não citou o teor das denúncias.
“Digo a vocês que recebi com tristeza a poucos dias a informações da existência de procedimentos investigativos com graves acusações contra mim, sem que eu tenha sido previamente questionado, ouvido, ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretensos fatos postos nas acusações”, disse.
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