Estudantes muçulmanos de uma escola secundária em Nairobi, capital do Quênia, bateram e esfaquearam cristãos que se recusaram a se converter ao islamismo, na última terça-feira (23). As tensões cresceram durante semanas no Jamhuri High School, no norte de Nairobi, com muçulmanos descendentes somali, boran e oromo queixam-se de discriminação.
Devido às hostilidades crescentes, a escola havia designado banheiros separados e seções separadas na biblioteca para cristãos e muçulmanos, disse uma fonte à Morning Star News.
“Alguns estudantes muçulmanos tentaram forçadamente induzir estudantes cristãos a sua fé islâmica, e aqueles que se recusaram foram espancados, enquanto outros foram fisicamente atingidos”, disse a fonte à Morning Star News por telefone. “As facas e machados usados vieram de fora da escola”, adicionou.
Pelo menos 35 dos 1.500 estudantes da escola ficaram feridos, incluindo alguns muçulmanos quando os estudantes cristãos tentaram se defender, segundo a fonte. Alguns estudantes cristãos receberam tratamento hospitalar para feridas e ossos deslocados nas mãos e articulações.
A polícia estava investigando a causa do ataque. A escola foi fechada indefinidamente. O diretor da escola, Fred Awuor, foi também ferido no ataque e recebeu tratamento hospitalar.
Não é novidade
Em 2015, um outro caso chocou o Quênia. Um ataque a cristãos em universidade deixou pelo menos 148 mortos.
Os atiradores da milícia islâmica Al Shabaab deixaram, além dos 148 mortos, 79 feridos. O ataque foi o pior a acontecer no país desde que a Al Qaeda matou cerca de 224 pessoas ao explodir caminhões-bomba contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia no dia 7 de agosto de 1998.
Segundo a Folha de São Paulo, os radicais poupavam os estudantes muçulmanos enquanto matavam ou faziam os cristãos de reféns. De acordo com o ministro do Interior queniano, Joseph Nkaissery, quatro atiradores com explosivos foram responsáveis pelo atentado.