Ex-usuário de drogas resgata viciados e evangeliza na Cracolândia: “Sei o que eles pensam”

0
746

Diante da crise vivida na região da Cracolândia, em São Paulo, iniciativas missionárias têm indicado que é possível tirar dependentes químicos das ruas e encaminhá-los para um processo de recuperação.

Esse é o caso da Cristolândia, projeto que faz parte das Juntas de Missões Nacionais da Igreja Batista. Em sete anos, o programa já tratou seis mil dependentes a partir de ações simples, como abordagens individuais nas ruas.

Com um centro de tratamento na região da Cracolândia, no centro da cidade, as portas da entidade permanecem sempre abertas para receber usuários de drogas que estão em busca de ajuda.

O missionário Diogo Vieira Pinto explica que o tratamento tem duração de dois anos e é totalmente voluntário. “Assim que a pessoa não quer mais o tratamento ela é livre para sair, mas nós fazemos de tudo para que essa pessoa fique até estar bem, tranquila e em paz para ser reinserida na sociedade”, disse ele ao jornal Bom Dia Brasil

Sete em cada 10 pessoas que participam da Cristolândia conseguem recomeçar a vida longe das drogas. Muitos, inclusive, ajudam outros dependentes. Esse é o caso do repositor Adriano dos Santos, que hoje leva a mensagem de Jesus para os dependentes químicos

“Eu passei bastante tempo da minha vida — quase dez anos — morando nas ruas, usando drogas. Então eu sei o que eles querem, eu sei o que eles pensam, eu sei o desejo que eles têm de ajuda. Eles querem ajuda”, afirma Adriano.

De acordo com o pastor Humberto Machado, líder do projeto, a maior dificuldade que um dependente químico enfrenta é retomar a credibilidade que foi perdida. “Hoje, em São Paulo, nem nas portas das igrejas eles são aceitos. Um ‘nóia’ incomoda muita gente, dois ‘nóias’ também incomodam, mas dez ‘nóias’, muito mais. Na realidade, a igreja perdeu a visão. A sociedade ficou refém deles e a igreja que deveria dar cobertura e tentar resgatar, fechou as portas”, disse em entrevista ao Guiame.

“As pessoas da igreja têm de entender que a missão de resgatar esse povo não é da prefeitura, não é do governo, não é do Estado, é da Igreja. O poder de transformar vidas vem da igreja de Cristo. E se nós, que somos a igreja, não acreditarmos neles, como será a vida deles?”, questiona o pastor.

Comentário